NÚCLEO DE ESTUDOS EM HISTÓRIA DEMOGRÁFICA

BOLETIM DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA

Ano I, Número 4 - Novembro 1994

 

SUMÁRIO

Apresentação

Notícia Bibliográfica

Publicações Recebidas

Seminário Permanente IPE-USP

Resumos - SEADE/DOCPOP

Resumos

Relação de Trabalhos Publicados

Estatísticas Retrospectivas

Censo de Demografia Histórica

Aos Colaboradores

Editores deste número: José Flávio Motta e Nelson Nozoe

 

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APRESENTAÇÃO

Neste número inauguram-se duas novas seções do BHD: Resumos -SEADE/DOCPOP e Censo de Demografia Histórica. Na primeira apresentam-se resumos elaborados com base nos informes constantes dos arquivos da Fundação SEADE/DOCPOP, atinentes a parte dos trabalhos catalogados sob a rubrica "Demografia Histórica". Nos próximos números do BHD dar-se-á continuidade à publicação desses resumos. Na outra seção acima aludida, passar-se-á a estampar os resultados preliminares do Censo de Demografia Histórica, ora em curso; o objetivo desse levantamento é elaborar um cadastro, o mais completo possível, dos estudiosos da área, bem como de suas respectivas produções científicas.

De outra parte, mantém-se neste boletim o processo de atualização da Relação de Trabalhos Publicados - ROL, ao passo que nas "Estatísticas Retrospectivas" fornecem-se as estimativas, elaboradas pela Divisão de População do Secretariado da ONU, da população mundial do ano 0 até sua estabilização no próximo milênio. Compõem ainda este boletim a relação de publicações recebidas e notícia acerca da 18a. sessão do Seminário Permanente de Estudo da Família e da População no Passado Brasileiro.

 

NOTICIA BIBLIOGRÁFICA

CARVALHO, J.A.M. de, SAWYER, D.O. & RODRIGUES, R.N. Introdução a alguns conceitos básicos e medidas em demografia. Belo Horizonte: ABEP/UNFPA,

1994.

Este livro inaugura a Série Textos Didáticos da ABEP, cujo objetivo é o atendimento dos estudantes de cursos ou disciplinas de Demografia, bem como interessados e iniciantes na pesquisa de temas populacionais. A publicação em tela apresenta, na primeira parte, os principais conceitos e medidas de algumas variáveis fundamentais em Demografia: mortalidade, natalidade e fecundidade, estrutura etária e dinâmica da população e reprodução. Deixa-se de lado, portanto, o exame das variáveis relacionadas à migração. Na segunda parte, a publicação trata de temas como taxa intrínseca de crescimento, população estável, quase-estabilidade e desestabilização. Questões relacionadas à padronização são examinadas na derradeira parte do livro.

 

NADALIN, Sérgio Odilon. A demografia numa perspectiva histórica. Belo Horizonte: ABEP, 1994.

 

Este livro constitui o segundo volume da série Textos Didáticos da ABEP. Cabe salientar, antes do mais, que a forma de exposição adotada pelo autor mostrou-se amplamente adequada aos objetivos didáticos perseguidos. Assim, de início, é feita a seleção de uma família cuja reconstituição fez parte de um estudo de autoria da Profa. Ana Maria de Oliveira Burmester acerca da população de Curitiba no século dezoito. Tal família, domiciliada na localidade aludida na segunda metade dos Setecentos, acompanha as considerações efetuadas por Nadalin ao longo de todo o livro. Com base nos informes atinentes à família escolhida, constantes dos registros paroquiais e de algumas listas nominativas de habitantes, o autor vai paulatinamente desvendando ao leitor os elementos conformadores da estrutura e da dinâmica populacionais. Essa estratégia apresenta-se bastante funcional no sentido de propiciar uma primeira aproximação ao tema estudado, auxiliando na criação do interesse de parte do leitor, elemento dos mais relevantes na qualificação de um texto didático. De outra parte, muito embora seja necessário reconhecer a necessidade, ainda mais numa abordagem que se pauta pelo didatismo, "de 'recortar' e escolher", como bem ressalva Nadalin na sua Introdução, há que referir a detecção de algumas lacunas na obra, as quais poderiam ser sanadas, assim se crê, sem o comprometimento dos objetivos propostos: a) são contempladas, como fontes da demografia histórica, tão-somente os registros paroquiais e as listas nominativas de habitantes; b) a crítica às fontes, em especial às listas nominativas, não incorpora nem ao menos a referência a procedimentos metodológicos que têm preocupado os estudiosos da área (ver, por exemplo, os artigos de FERNANDEZ, R. V. G. A consistência das listas nominativas de habitantes da capitania de São Paulo: um estudo de caso. Estudos Econômicos 19(3): 477-496, set./dez. 1989; NOZOE, N. & COSTA, I. del N. da. Achegas para a qualificação das listas nominativas. Estudos Econômicos 21(2): 271-284, maio/ago. 1991; e NOZOE, N. & COSTA, I. del N. da. Sobre a questão das idades em alguns documentos dos séculos XVIII e XIX. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros 34: 175-182, 1992); c) a fixação no exemplo da família selecionada não permite ao autor evidenciar as possibilidades da demografia histórica no sentido de explorar as diversidades entre as distintas regiões do país e entre as diversas atividades econômicas nelas empreendidas. Por fim, é importante observar que a existência das lacunas acima elencadas de forma alguma diminui a utilidade do livro para os estudantes que estarão, em muitos casos, tendo seu primeiro contato com a demografia histórica. E são esses estudantes que, declaradamente, compõem o principal contingente que o livro aqui resenhado procura atingir.

 

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PUBLICAÇÕES RECEBIDAS

COSTA, Dora Isabel Paiva da. Posse de escravos e produção no agreste paraibano: um estudo sobre Bananeiras, 1830-1888. Dissertação de Mestrado. Campinas: IFCH/UNICAMP, 1992.

COSTA, Dora Isabel Paiva da. Notas preliminares para uma metodologia de pesquisa: estudo de fortunas e da demografia na formação de um sistema agrário-exportador, Campinas, 1765-1850. Campinas: s/d., mimeografado.

COSTA, Dora Isabel Paiva da. Demografia e economia numa região distante dos centros dinâmicos: uma contribuição ao debate sobre a escravidão em unidades exportadoras e não-exportadoras. Campinas: s/d., mimeografado.

COSTA, Dora Isabel Paiva da. Banco de dados e estudo da população: trajetória

para uma investigação demográfica sobre pequenos agricultores e grandes plantadores. Campinas: s/d., mimeografado.

FLORENTINO, Manolo Garcia. Em costas negras: um estudo sobre o tráfico atlântico de escravos para o porto do Rio de Janeiro, c.1790-c.1830. Tese de Doutorado. Niterói: ICHF/UFF, 1991.

FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Comerciantes, fazendeiros e formas de acumulação em uma economia escravista-colonial: Rio de Janeiro, 1790-1888. Tese de Doutorado. Niterói: ICHF/UFF, 1990.

ONU. The Ageing of Asian Populations: Proceedings of the United Nations Round Table on the Ageing of Asian Populations, Bangkok, 4-6 May 1992. New York, United Nations - Department for Economic and Social Information and Policy Analysis, 1984, ix+144 p.

ENDEREÇO: Director, Population Division. United Nations Secretariat Rm. DC2-1950. New York, NY, 10017 - USA

Os livros, cópias de artigos publicados e exemplares de monografias, de dissertações e de teses que nos forem enviados, serão regularmente divulgados nesta secção e incorporados ao acervo da Biblioteca da FEA-USP.

BHD - IRACI COSTA.

R. Dr. Cândido Espinheira, 823, Ap. 21.

05004-000, São Paulo, SP.

BRASIL.

 

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SEMINÁRIO PERMANENTE IPE-USP

Informamos a realização, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), aos 23 de novembro de 1994, da 18a. sessão do nosso Seminário, composta pela apresentação e discussão dos seguintes trabalhos:

A informatização ao alcance da história: o banco de dados do CEDHAL, de autoria de Jamile Piazenski e Suzana P. Pasqua (CEDHAL/USP); Sobre ingênuos e libertos, de autoria de Anna Gicelle Garcia Alaniz (FFLCH/USP) e

Discutindo a construção de uma obra de referência: dicionário das ocupações em Minas Gerais no século XIX, acompanhado de estudo histórico em torno da economia e sociedade mineira provincial, de autoria de Marcelo Magalhães Godoy (CEDEPLAR/UFMG).

Os interessado em obter cópias de um ou mais dos textos acima arrolados deverão solicitá-las ao coordenador do Seminário, no endereço a seguir indicado.

Mais informações podem ser solicitadas diretamente ao coordenador do Seminário.

JOSÉ FLÁVIO MOTTA.

Rua Adele, 210, bloco 8, ap.44

04757-050 São Paulo, SP.

BRASIL.

 

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RESUMOS - SEADE/DOCPOP

Nesta seção apresentam-se resumos elaborados com base nos arquivos da Fundação SEADE/DOCPOP, atinentes a parte dos trabalhos catalogados sob a rubrica "Demografia Histórica". Nos próximos números do BHD dar-se-á continuidade à publicação desses resumos. Para o acesso aos informes do DOCPOP, contou-se com a preciosa colaboração de sua coordenadora Sra. Magali Valente.

Fundação SEADE/DOCPOP

Av. Cásper Líbero, 464, 4o. andar

01033-000 São Paulo, SP

Tel. (011) 229-2433, ramal 138

 

BALHANA, Altiva Pilatti & NADALIN, Sérgio Odilon. Análise do ciclo vital a

partir da reconstituição de famílias: estudos em demografia histórica. In: Anais do Segundo Encontro Nacional de Estudos Populacionais. São Paulo, ABEP, 1981, v. 2.

RESUMO: O procedimento metodológico básico em demografia histórica consiste na aplicação dos métodos de análise da demografia científica moderna aos dados demográficos contidos em documentos históricos. Os ciclos vitais são definidos pelas seguintes etapas: casamento, nascimento do primeiro filho, nascimento do último filho, partida do primeiro filho, partida do último filho e dissolução do casamento por morte de um dos cônjuges. Acompanhando os indivíduos através de sua existência, a demografia histórica permite reconstituir uma imagem bastante precisa e representativa da família e da sociedade; a base metodológica destes estudos, a reconstituição de famílias, consiste na ordenação, em ficha especial, de todas as referências individuais anotadas em documentos coevos, tais como os livros paroquias. São analisadas as dificuldades decorrentes da aplicação de tal técnica ao caso do Brasil e apresentadas sugestões para melhorar a qualidade das pesquisas. Inclui-se uma descrição pormenorizada dos procedimentos operacionais de reconstituição de famílias, os quais estão sendo empregados nas pesquisas em curso no Departamento de História da Universidade Federal do Paraná.

BURMESTER, Ana Maria de Oliveira. A população de Curitiba no século XVIII.

Informativo ABEP. São Paulo, ABEP, n. 10, jul./set. 1981, p. 5-6.

RESUMO: Faz-se a reconstituição das famílias de Curitiba (PR) de 1731 a 1798, dentro da visão da demografia histórica. Utilizam-se os registros mantidos pela Igreja Católica na sede da paróquia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, em Curitiba. Dispõe-se da série completa e ininterrupta desde 1731. Recorre-se, também às listas nominativas de habitantes, elaboradas pela administração colonial e das quais constam, dentre outros elementos, nome, idade e relação de parentesco. A critica dos dados revela o sub-registro de nascimentos e de óbitos de crianças. A análise demográfica permite observar o comportamento da população no domínio da nupcialidade e outras variávies tais como: posição sócio-econômica dos cônjuges, região de procedência, fecundidade e mortalidade. Quanto à nupcialidade, confirma-se a existência de uma forte hierarquia social, sendo os casamentos efetuados entre iguais, com predominância de enlaces entre solteiros da mesma paróquia; a idade relativamente precoce ao primeiro casamento e o número de noivos vindos do exterior da paróquia confirmam a maior mobilidade do elemento masculino. A fecundidade era muito elevada, mas, devido à alta mortalidade, as famílias numerosas não eram a regra.

 

CONRAD, Robert. The Planter class and the debate over Chinese immigration to Brazil, 1850-1893. International Migration Review, v.9, n.1, p. 41-55, Spring 1975.

RESUMO: No final do século XIX, os grandes proprietários de terras brasileiros examinaram a possibilidade de ter na China uma fonte de mão-de-obra barata. Debates parlamentares repetidos, criação de empresas importadoras de chineses e a assinatura de um tratado de amizade sino-brasileiro, terminaram em fracasso. Em 1874 havia cerca de 1.500 chineses em todo o Brasil. As experiências em Cuba e no Peru (perigos da longa travessia e escravidão para os que sobreviviam) deram origem à oposição do governo chinês, apoiado pelos abolicionistas brasileiros e ingleses. Utilizou-se inclusive o argumento da suposta inferioridade cultural e racial dos chineses, que produziria a degenerescência da raça européia no País. O papel a ser desempenhado pelos chineses, definido pela legislação e por folhetos de propaganda era muito claro: mão-de-obra barata, mais inteligente, dócil e trabalhadora que os escravos africanos. No entanto, estabelecia-se que se tratava de uma solução temporária pelo risco de mongolização do país, razão pela qual não deveria integrar-se à população. A imigração chinesa no período não teve grande peso, mas o exame do assunto tem interesse para o historiador que estuda a escravidão e as atitudes dos grandes proprietários em relação ao trabalho.

HAINSWORTH, Michael & BARDET, Jean-Pierre. Logiciel C.A.S.O.A.R.: calculs et analyses sur ordinateur appliqués aux reconstituitions. Paris, CNRS, 101 p., (Cahier des Annales de Dèmographie Historique, 1).

RESUMO: A reconstitução de famílias é tomada como método fundamental nas pesquisas em demografia histórica. A reconstituição é o instrumento básico, mas as exigências metodológicas já vinham impondo a necessidade de outros desenvolvimentos para aliviar e acelerar etapas intermediárias do processo. A partir da necessidade de um instrumento universal que contribuísse para a padronização e que facilitasse a comparação de resultados, chegou-se ao CASOAR, software para cálculos e análises em computador, aplicados às reconstituições. As suas vantagens positivamente testadas são: exatidão, rapidez, desdobramento das interrogações e potencial de cobertura.

 

KUZNESOF, Elizabeth Anne. An analysis of household composition and headship rates as related to changes in mode of production: São Paulo 1765 to 1836. Simpósio sobre o Progresso da Pesquisa Demográfica no Brasil, Rio de Janeiro, 1976, 14 p., mimeografado.

RESUMO: Na cidade de São Paulo, em 1765, predominava o modo de produção doméstico ou de subsistência, não existia uma praça de mercado permanente, havia domicílios pequenos dominados pela família nuclear, que constituíam a principal força de trabalho, dedicada, basicamente, à produção de bens para o uso do grupo familiar. A transformação da economia de subsistência dos domicílios de São Paulo para a de intercâmbio, entre 1765 e 1836, está vinculada ao desenvolvimento do sistema de transportes e caminhos para os novos centros de produção de açúcar e à progressiva valorização da terra. Os domicílios urbanos começavam a depender do mercado para o abastecimento de produtos básicos. Também uma proporção expressiva dos domicílios rurais começava a produzir para o mercado, desenvolvendo-se a especialização regional dos cultivos. Além disto, registravam-se mudanças no tipo de chefe de domicílio. Em 1765 os domicílios urbanos eram chefiados, principalmente, por marido e esposa (53,8% dos domicílios). Em 1836 tal porcentagem caiu para 29,2%, com a diferença consistindo, basicamente, no aumento de domicílios chefiados por mulheres solteiras e com baixa renda, com uma elevada proporção de membros não aparentados. As modificações nos domicílios rurais são similares às descritas acima, mas menos acentuadas. A proporção de domicílios situados em áreas urbanas e com escravos também declinou: 47,85% (1765) e 27,64% (1836). A composição do grupo familiar, restrita ao grupo nuclear, que havia em São Paulo, em 1765, era muito mais parecida com a que havia em 1972 do que com a que ocorria em 1836.

LEE, Ronald D. Inverse projection and back projection: a critical appraisal, and comparative results for England, 1539 to 1871. Population Studies. London, v. 39, n. 2, jul. de 1985, p. 233-48.

RESUMO: Projeção inversa e projeção retrospectiva são dois métodos para explorar séries históricas longas de nascimentos e óbitos, a fim de produzir estimativas concernentes ao tamanho e à estrutura etária de populações, à migração liquida e às taxas vitais. Enquanto a projeção inversa requer informação externa sobre o tamanho da população em datas esparsas, o mesmo não acontece com a projeção retrospectiva. Neste estudo argumenta-se que a projeção retrospectiva tenta uma tarefa impossível, e pode apenas, arbitrariamente, selecionar um passado demográfico dentre um conjunto infinito de outros igualmente plausíveis e aceitáveis, que também são consistentes com os dados introduzidos. A projeção inversa, por outro lado, é mais modesta em seu objetivo, mas é robusta e direta. Wrigley e Schofield usam a projeção retrospectiva para reconstruir a história demográfica da Inglaterra de 1539 a 1871. Neste estudo, usa-se a projeção inversa para reproduzir sua reconstrução sob pressupostos que em importantes aspectos são débeis, embora estas estimativas sejam coerentes com estimativas independentes do tamanho da população para 1541 e 1696. Os resultados sustentam a reconstrução de Wrigley e Schofield. No entanto, argumenta-se que seus dados e sua reconstrução não podem oferecer evidência independente dos níveis gerais de população para antes do século XVIII. Antes, eles nos ajudam a interpolar entre marcos para os quais temos evidências externas.

 

LOBO, Eulália Maria Lahmeyer. População e estutura fundiária no Rio de Janeiro: 1568-1920. Anais do IV Encontro Nacional de Estudos Populacionais. São Paulo, ABEP, 1984.

RESUMO: Faz-se uma análise da evolução da população da cidade do Rio de Janeiro (RJ), no período 1568-1920, que apresenta dificuldades de âmbito geral, devido à precariedade e falta de regularidade das estatísticas e ao fato de que a série de dados paroquiais é relativamente limitada. Para os séculos XVI, XVII e a maior parte do XVIII existem apenas estimativas. Os dados apresentados são correlacionados a fatos históricos que marcaram o desenvolvimento sócio-econômico da cidade do Rio de Janeiro.

 

MARCÍLIO, Maria Luiza. Dos registros paroquiais à demografia histórica no Brasil. Anais de História. Assis, v. 2, 1970, p. 81-100.

RESUMO: Estuda-se a utilização dos registros paroquiais na análise da demografia histórica do Brasil. Propõe-se o estabelecimento de três fases para o momento da coleta de dados: seleção de documentos; crítica de tais fontes em bases científicas e metodologia específica para o levantamento de dados. Descrevem-se a origem e a posterior regulamentação dos registros paroquiais pelo Concílio de Trento, em 1563. Analisa-se a ausência destes registros no Brasil para os séculos XVI e XVII, por falta de conservação, e indica-se a necessidade da criação de catálogos dos registros remanescentes. Assinalam-se as datas dos mais antigos livros de registro conservados na Cúria Metropolitana de São Paulo, Belém e Salvador, bem como na diocese de Sorocaba (SP). Dentre as exigências requeridas para o levantamento de dados dos registros paroquiais, destacam-se: escolha de uma única paróquia para pesquisa; fixação do período a ser estudado (por volta de 100 anos); indicação precisa dos objetivos demográficos a serem analisados e estudo histórico da paróquia em questão (data de fundação, desdobramentos etc.) Analisam-se alguns aspectos peculiares da formação histórica brasileira que podem limitar a aplicação da metodologia disponível na área da demografia histórica, a qual foi desenvolvida, em seu nascedouro, para as condições imperantes na Europa, especificamente na França.

 

MARCÍLIO, Maria Luiza. Crescimento histórico da população brasileira até 1872.In: Crescimento populacional (histórico e atual) e componentes do crescimento (fecundidade e migrações). São Paulo, CEBRAP, 1973.

RESUMO: Examinam-se as diferentes estimativas sobre o número de habitantes do Brasil desde meados do século XVI até 1872, quando ocorreu o primeiro recenseamento geral. Quanto à natureza, os dados se dividem em três grandes tipos: a) pré-estatístico, que começa com a colonização e termina em meados do século XVIII e para o qual existem poucos estudos; b)proto-estatístico, que vai desde 1750 até 1872; c) fase estatística, a partir de 1872. As cifras são apresentadas a contar de 1550 e, dada a disponibilidade, segundo variados cortes (região, sexo, condição de livres ou escravos). Para o período pré-estatístico somente se apresentam estimativas relativas ao Brasil como um todo. Para o período 1750-1872, no entanto, são apresentados dados segundo grandes regiões e unidades administrativas. Examina-se, ademais, a proporção de pessoas livres e escravos, por grandes regiões e a distribuição por grupos de idade da população de Mato Grosso em 1880 e das capitanias de São Paulo e do Maranhão em 1790.

 

MARCÍLIO, Maria Luiza. Urban and rural variants of pre-industrial demographic regimes in nineteenth-century Brazil. In: BORAH, Woodrow & MARDOY, Jorge & STELTER, Gilbert (editores). Urbanization in the Americas: the background in comparative perspective. Ottawa, National Museum of Man, 1980.

RESUMO: Trabalho apresentado originalmente no International Congress of Americanists, Vancouver. As pesquisas iniciais sobre dados demográficos do século XIX, no Brasil, revelam modelos diferentes dos anteriormente observados na Europa. No Brasil, encontram-se quatro modelos ligados, respectivamente, ao grau de isolamento da população, ao acesso aos recursos naturais, natureza do trabalho e às relações com a economia mundial: 1)economia de subsistência; 2) economia baseada nas plantations; 3) escravos e 4) regiões urbanas, especialmente os portos. O número dos escravos mantém-se graças ao aporte constante vindo da África e a população das cidades pela venda dos escravos e imigração européia.

 

MARCÍLIO, Maria Luiza. Sistemas demográficos no Brasil do século XIX. Revista de Cultura Vozes. Petrópolis, Vozes, v. 74, n. 1, p. 39-48, jan./fev. 1980.

RESUMO: Trabalho originalmente apresentado no International Congress of Americanists, Vancouver, em agosto de 1979. Reporta-se um panorama de hipóteses e colocações preliminares das diferentes padrões, comportamentos, estruturas e dinâmicas populacionais prevalecentes no Brasil tradicional e pré-industrial. Comenta-se o modelo demográfico europeu do Antigo Regime e considera-se que influenciou muito pouco o processo brasileiro, em virtude das diferenças sócio-econômicas. Procura-se definir, para o século XIX, os possíveis sistemas demográficos do Brasil. Propõe-se a existência de pelo menos quatro tipos de padrões demográficos para aquela fase pré-industrial: 1) sistema demográfico das economias de subsistência: mortalidade relativamente elevada e sem a presença das chamadas crises de mortalidade, fecundidade elevada e crescimento natural ao redor de 1,0% ao ano; 2) sistema demográfico das economias de plantation: mortalidade muito elevada, fecundidade legitima relativamente mais elevada que nas regiões de agricultura de subsistência, ritmo de crescimento natural menos rápido; 3) sistema demográfico das populações escravas: mortalidade extremamente elevada, baixíssimas taxas de nupcialidade, com ausência quase total da família estável e reconhecida pela Igreja, estrutura segundo o sexo com predominância do masculino, fecundidade das mais baixas do Brasil, crescimento vegetativo negativo; 4) sistema demográfico das áreas urbanas no século XIX: mortalidade bem elevada, com alta freqüência de crises de mortalidade coletiva, natalidade relativamente menos elevada, índice elevado de uniões consensuais estáveis, crescimento vegetativo positivo, elevadas taxas de imigração, população mestiça com maior peso que nas áreas rurais, taxas de mortalidade infantil mais elevadas do que nas áreas rurais, maior nível de especialização e mais diversidade em termos de atividades sócio-profissionais.

MARCÍLIO, Maria Luiza. A população da América Latina de 1900 a 1975. Ciência e Cultura. São Paulo, SBPC, v. 32, n. 9, set. de 1980, p. 1.155-76.

RESUMO: Usando estatísticas de censos e estimativas de população, examina-se o crescimento da população latino-americana neste século. Comparações retrospectivas por países ou grupos deles mostram as diferenças existentes nas tendências e nas mudanças populacionais e suas implicações com fatores sócio-econômicos. São analisadas as taxas de natalidade e mortalidade, o crescimento natural, migrações internas, esperança de vida, bem como a distribuição espacial da população e o processo de urbanização observado na área.

MARCILIO, Maria Luiza & MARQUES, Rubens Murillo. População e comércio de escravos em Salvador (Bahia) durante o Império. Simpósio sobre o Progresso da Pesquisa Demográfica no Brasil, Rio de Janeiro, 1976, 13 p., mimeografado.

RESUMO: Magnitude e características do comércio de escravos em Salvador (BA) durante o século XIX. Analisa-se o crescimento demográfico de Salvador no período 1775-1872. Neste lapso a população cresceu em um quadro de altas taxas de mortalidade devidas a epidemias e a péssimas condições de vida; assim, o crescimento deveu-se, fundamentalmente, à migração. Antes de 1850, essencialmente, à imigração de população escrava africana; depois de 1850, os migrantes provinham do campo. Apresentam-se as taxas anuais de venda de escravos em Salvador, de 1837 a 1887. As flutuações na venda de escravos estão ligadas ao movimento de entrada e saída de cativos na cidade. A partir de 1840 organiza-se um lucrativo comércio de escravos entre as províncias. No período 1849-1852 foram enviados para o Rio de Janeiro 11.426 escravos. Entre 1850 e 1880 saíam anualmente, em média, 3.000 cativos do Nordeste para o Sul. Das vendas totais, 58% correspondia a escravos naturais do Brasil enquanto 42% dos escravos vendidos correspondia a pessoas nascidas na África. O peso dos solteiros atingia 99,7% e apenas 1,44% dos africanos vendidos apresentava idade inferior a 20 anos. Os preços mais freqüentes eram de 400 a 499 mil réis e de 1.000 a 1.199 réis. Para as mulheres o preço de venda variava de 300 a 699 mil réis. A variável idade sempre foi a mais importante para a fixação do preço do escravo. O grupo de idade que alcançava o preço mais elevado era o dos 25 aos 34 anos para ambos os sexos.

McCAA, Robert. Orfandad y mortalidad de adultos en el pasado: una critica de los datos y procedimientos de estudios de seis poblaciones de la America Latina. Notas de Población. San José, v.13, n.38, ago.de 1985, p. 55-63.

RESUMO: Trata-se do informe do relator do seminário sobre orfandade e mortalidade no passado, realizado em dezembro de 1984, em San José da Costa Rica. No informe, faz-se uma cuidadosa análise crítica dos trabalhos apresentados sobre seis populações latino-americanas. Assinalam-se as limitações dos dados, afetados por deficiências administrativas, por uma elevada ocorrência de ilegitimidade, pela confusão entre os pais biológicos e os adotivos, e pelo significado do casamento nas diferentes populações. O documento não se limita a descrever o que foi feito pelos autores e o que foi dito no seminário, pois vai mais além. Avançam-se sugestões de como se poderia melhorar os trabalhos apresentados. Face à opinião generalizada, um tanto pessimista, dos autores dos trabalhos, o relator propõe novos ensaios que permitam testar a verossimilhança das estimativas. Adota-se uma atitude construtiva e otimista, embora o autor seja suficientemente cauteloso para terminar afirmando que ainda é prematuro concluir que da informação sobre orfandade na América Latina possam extrair-se estimativas válidas sobre a mortalidade adulta do passado.

MERRICK, Thomas William. Notes on the growth of the Brazilian population in the early nineteenth century. Simpósio sobre o Progresso da Pesquisa Demográfica no Brasil, Rio de Janeiro, 1976, 20 p., mimeografado.

RESUMO: A média da taxa de crescimento da população no Brasil, entre 1800 e 1850, é estimada em 1,56% ao ano. Grande parte deste crescimento explica-se pelo aumento natural da população branca e da população de libertos. A taxa de crescimento natural situar-se-ia entre 10 e 12 por mil, com taxas brutas de natalidade entre 35 e 40 por mil e taxas brutas de mortalidade entre 35 e 40 por mil, as quais, combinadas com a estrutura etária vigente à época, implicam uma esperança de vida da ordem de 25 anos. A migração constitui outro dos fatores que, embora com peso menor, influenciou o aludido crescimento, seja sob a forma de imigração européia, seja como importação de escravos africanos. Com respeito aos europeus cabe realçar a imigração de portugueses, deslocados da terra natal em decorrência de condições sócio-econômicas (escassez de terras, falta de oportunidades de emprego) ou político-militares (guerras napoleônicas), bem como a limitada entrada de alemães e demais europeus, os quais dirigiram-se para a região sul do Brasil.

MERRICK, Thomas William & GRAHAM, Douglas H. Os escravos e a escravidão na história demográfica do Brasil do século XIX. In: MERRICK, Thomas William & GRAHAM, Douglas H. População e desenvolvimento econômico do Brasil de 1800 até a atualidade. Rio de Janeiro, Zahar, 1981, 442 p.

RESUMO: A escravidão foi a instituição dominante na estrutura sócio-econômica brasileira do século XIX. Em 1800, os escravos constituíam pelo menos da metade da população, sendo o Brasil o maior importador de escravos do Atlântico, entre 1541 e 1850. A alforria e a miscigenação foram muito mais comuns no Brasil do que nos EUA. Em 1800, 20% da população de cor era livre e, em 1872, 74%. Estima-se ter sido alta a mortalidade da população escrava, calculando-se uma esperança de vida da ordem de 18 anos para os escravos em 1872, contra os 27 anos calculados para a população total. Os dados, embora deficientes, revelam uma nupcialidade e fecundidade muito inferior à da população branca.

MORAES, Agueda Vilhena de. A ocupação humana na região de Pedro Leopoldo e Lagoa Santa, Minas Gerais: pré-história, etnologia e colonização. Revista do Museu Paulista. São Paulo, v. 21, 1974, p. 37-46.

RESUMO: Descreve-se a área prospectada pela Missão Franco-Brasileira, no Vale do Rio das Velhas (MG), em 1971. Após as pesquisas de Peter Wilhelm Lund, entre 1835 e 1844, a região de Lagoa Santa passou a ser considerada a mais antiga área arqueológica da América. Comprovou-se a existência de homens na região há 10.000 anos, aproximadamente. Historiam-se as primeiras bandeiras paulistas que entraram em Minas Gerais, localizando-se os povoados criados nesta região A partir de relatos de viajantes do século XIX, tenta-se uma reconstituição da ocupção indígena, descrevendo-se a distribuição histórico-geográfica

de dez tribos. Conclui-se pela necessidade de novos estudos

arqueológicos na área.

MOTT, Luiz R. B. A homossexualidade, uma variável esquecida pela demografia histórica: os sodomitas no Brasil colonial. Anais do III Encontro Nacional de Estudos Populacionais. São Paulo, ABEP, 1983.

RESUMO: Prestam-se algumas informações de caráter acadêmico-profissional principalmente com relação à questão homossexual no Brasil e nos Estados Unidos. Objetiva-se: a) chamar a atenção dos estudiosos da população, em particular dos demógrafos historiadores, para uma nova área nos estudos populacionais: a homossexualidade e os homossexuais; b) refletir com maior rigor em que medida a homossexualidade e a homofobia podem ser correlacionadas e melhor entendidas à luz de certas variáveis demográficas; c) divulgar um estudo de caso concernente a uma sub-população de homossexuais: os sodomitas processados na Bahia e em Pernambuco entre 1591 e 1680. Estudando tal sub-população a intenção foi dupla: resgatar a história de milhares de homens e mulheres cujo direito à história foi até então negado e fornecer subsídios para os defensores dos direitos humanos dos sexualmente discriminados. Para o estudo da homossexualidade sob a perspectiva demográfica considera-se a homossexualidade e o controle demográfico e as raízes demográficas da homofobia. Apresenta-se, também, um estudo sobre os sodomitas no Nordeste colonial, baseado em documentos do Tribunal do Santo Ofício quando de suas "visitações" ao Nordeste do Brasil, entre os anos de 1591 e 1620. Através de tais documentos, além das confissões de sodomia, temos os seguintes dados: idade, ocupações, estado conjugal, cor, naturalidade e idade à primeira e quando das demais relações homossexuais. Conclui-se que a questão sobre a homossexualidade deva ser analisada em todas as áreas da ciência sem preconceitos, com cientificidade, inclusive em estudos demográficos.

MOTT, Luiz R. B. Fontes inquisitoriais para o estudo da demografia histórica do Brasil. História: Questões & Debates. Curitiba, v. 6, no. 11, dez. 1985, p. 239-50.

RESUMO: Tem-se como objetivo arrolar fontes que possam fornecer subsídios para a história demográfica do Brasil, por conterem informações quantitativas e qualitativas sobre populações do passado. Salienta-se que dos quatro tribunais que compunham o Santo Ofício lusitano é a documentação da Inquisição de Lisboa a que nos interessa pois o Brasil estava sujeito à "Casa do Rocio" e apenas muito esporadicamente encontram-se nos outros tribunais pessoas nascidas no Brasil. Finalizando, apresenta-se uma lista das Devassas Episcopais realizadas no Brasil e referidas na documentação inquisitorial, ressalta-se que este material é riquíssimo para o estudo de certas variáveis demográficas, notadamente da mancebia ou concubinato, servindo, ademais, a estudos de caráter genealógico.

NERY, Gabriel Cedraz & CARVALHO, Vera Shirley Silva & BARBOSA, Luiz Carlos Carlos Austregésilo. A mortalidade na cidade do Salvador. Revista Baiana de Saúde Pública. Salvador, v. 10, n. 1, jan./mar. de 1983, p. 7-32.

RESUMO: Estudo da mortalidade na cidade de Salvador (BA), compreendendo, de maneira descritiva, o período que vai da fundação da cidade até o fim do século XVIII e, através de dados expressos numericamente, o lapso temporal 1800-1981. As informações são relativas à mortalidade geral, encontrando-se dados esparsos sobre mortalidade infantil a partir de 1920. Há alguns comentários relativos à mortalidade proporcional por idade e uma análise sumária da ocorrência de algumas doenças infecciosas. Supõe-se que a existência de doenças como a bouba, o reumantismo e certas "febres intermitentes", desde a fundação da cidade, sendo os óbitos, no primeiro período estudado, decorrentes de fatores diversos: a violência, a desnutrição, as epidemias e endemias, a lepra, as doenças respiratórias e transmissíveis. No segundo período estudado, notou-se a mudança do nível de saúde, após a década de 30. Comparando-se com a evolução do nível de saúde em outras cidades e em outros países, observa-se que tal evolver foi muito lento em Salvador. Concluiu-se que a mortalidade infantil foi muito alta até a década de 1960, passando a moderada em 1980. As doenças diarreicas são importante causa de óbitos, as doenças transmissíveis e as do coração foram os principais grupos de causa de moralidade e, em todos os anos do período, os óbitos foram, principalmente, por doenças evitáveis. O estudo é parte de um trabalho mais amplo, no qual se buscará estabelecer a comparação entre a evolução econômica e o comportamento da mortalidade.

OLIVEIRA, Maria Coleta Ferreira Albino de. Resumo dos discussões sobre o tema "processos sócio-econômico e demográfico numa perspectiva histórica". Anais do IV Encontro Nacional de Estudos Populacionais. São Paulo, ABEP, 1984.

RESUMO: Os trabalhos apresentados e discutidos nas sessões realizadas evidenciam distintas maneiras de tratamento dos dados ou informações sobre a população no passado, ou seja, quanto à demografia numa perspectiva histórica. Três foram as linhas seguidas pelos autores dos trabalhos: a) reconstituição e avaliação das informações e estimativas populacionais e de alguns de seus segmentos; b) recuperação, mediante dados demográficos, da história social ou de aspectos das condições e modos de vida de segmentos populacionais do passado; c) exame de mecanismos em que a população funciona como fator desencadeador de mudanças ou em que os fenômenos e processos demográficos são afetados pelos processos sociais e conômicos. Dentre estas linhas, ressalta-se a importância da via populacional como entrada na história social, permitindo a articulação do cotidiano e do estrutural, ao mesmo tempo que possibilita a quantificação de certos fenômenos e processos. Finalizando, apontam-se áreas que merecem estímulos à pesquisa, de forma que estas possam enriquecer o conhecimento concernente à demografia histórica brasileira.

PAIVA, Clotilde de Andrade. Mariana: características da população em 1801. Anais do IV Encontro Nacional de Estudos Populacionais. São Paulo, ABEP, 1984, p. 7-11.

RESUMO: Apresentam-se algumas das características da estrutura populacional do núcleo urbano da cidade de Mariana (MG) no ano de 1831, a fim de levantar hipóteses sobre a dinâmica demográfica desta área nas primeiras décadas do século XIX. Mariana situa-se na zona metalúrgica e foi a área de colonização mais antiga, o foco principal da mineração aurífera e a região mais densamente urbanizada da província. Apesar das dificuldades conceitual e empírica de se delimitar o que é "urbano" no século XIX, o Distrito de Paz da Paróquia de Mariana, pode ser considerado como um exemplo de sociedade urbana que surgiu e se desenvolveu nas regiões mineradoras. Primeiramente, apresentam-se algumas informações sobre a cidade de Mariana e discutem-se os dados. Posteriormente, apresentam-se alguns resultados, comparando-os aos resultados de outros pesquisadores. Por fim, levantam-se algumas hipóteses sobre a dinâmica demográfica da região.

RIBEIRO JÚNIOR, José. Subsídios para o estudo da geografia e demografia histórica do Nordeste brasileiro. Anais de História. Assis, v. 2, 1970, p. 147-57.

RESUMO: Publicação de um documento de 1776, contendo informações sobre todas as paróquias pertencentes ao Bispado de Pernambuco. Este bispado incluía as capitanias do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Indica-se a distância das paróquias em relação à matriz e o número de capelas, sacerdotes, fogos e pessoas de desobriga. O bispado possuía, no total, 571 capelas, 64.868 fogos e 260.343 pessoas de desobriga (as que já haviam recebido a primeira comunhão).

SAMARA, Eni de Mesquita. Casamento e papéis familiares em São Paulo no século XIX. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n. 37, p. 17-25, maio de 1981.

RESUMO: Analisa-se o papel do casamento na sociedade paulista durante o século XIX, com base em informações censitárias, testamentos e diversos manuscritos da época. Constata-se que os matrimônios realizavam-se num círculo limitado da população e estavam sujeitos a certos padrões e normas, que agrupavam os indivíduos em função da origem e da posição sócio-econômica ocupada. Este fato não eliminou a fusão dos grupos sociais e raciais, que ocorreu paralelamente, através das uniões esporádicas e da concubinagem. Esta situação é explicada pelo padrão duplo de moralidade que regulava as relações dos sexos, em cada grupo social. As mulheres de classe alta, circunscritas à vida familiar, aspiravam ao casamento e maternidade. Ao passar da tutela do pai à do marido, ficavam menos expostas às relações ilícitas e mais aptas a desempenhar um papel tradicional e restrito. Nas camadas mais baixas, mestiças, negras e mesmo brancas, viviam menos protegidas e mais sujeitas à exploração sexual. Suas relações se desenvolviam dentro de uma moral que, principalmente em virtude das dificuldades econômicas e de raça, se contrapunha ao ideal de castidade, embora não chegando a transformar a maneira pela qual a cultura dominante encarava a questão da virgindade e nem a posição privilegiada do sexo masculino. Muitos arranjos matrimoniais eram feitos a fim de preservar o patrimônio econômico, sem a participação ou o consentimento dos nubentes. Essa mesma preocupação explica, também, a ocorrência de muitos casamentos consangüíneos e alta proporção de celibatos.

SAMARA, Eni de Mesquita. Os agragados: uma tipologia ao fim do período colonial (1780-1830). Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, v. 11, n. 3, dez. de 1982, p. 159-68.

RESUMO: Pretende-se deslindar a partir de seu contexto histórico concreto, no caso a Vila de Itu de 1780 a 1830, as características e as formas que pode assumir uma camada social especifica: os agregados. O estudo de tal camada revela a complexidade social vigente no Brasil durante o período colonial. A tipologia dos agregados, permite perceber a existência de categorias distintas dentro de um mesmo estrato social e suas diferentes formas de articulação com o sistema envolvente. Tomam-se dois pontos básicos: as condições que favorecem a constituição desses elementos como categoria social e as funções que exerceram em relação às necessidades gerais do sistema. Apesar da presença da escravidão que, ao lado da economia mercantil, expropriou os agregados da terra e os afastou das atividades econômicas mais importantes, observa-se que não houve uma marginalização total destas pessoas, as quais, de forma indireta, contribuíram para a sustentação do sistema escravista.

SAMARA, Eni de Mesquita. Família e agregados: duas experiências de pesquisa em demografia histórica. Anais do III Encontro Nacional de Estudos Populacionais. São Paulo, ABEP, 1983, p. 461-64.

RESUMO: Trata-se do relato de duas pesquisas -- O papel do agregado na região de Itu (1790-1830) e A família na sociedade paulista do século XIX -- nas quais analisa-se a hipótese de que o modelo patriarcal, tido como predominante na sociedade paulista do século passado, define-se, apenas, como uma possibilidade num conjunto de outros modelos, também representativos da família paulista. Os dados utilizados foram levantados dos Maços de População (listas nominativas de habitantes) para o período 1773-1836. Para o estudo da família foram compulsados, além dos Maços de População, os testamentos do Terceiro Ofício da Família e os processos de Divórcio e Nulidade de Casamentos.

SCHWARTZ. Stuart B. Segredos internos: trabalho escravo e vida escrava no Brasil. História: Questões & Debates. Curitiba, v. 4, no. 6, jun. 1983, p. 45-59.

RESUMO: Conferência proferida pelo autor na qual parafraseando Marx, procura-se identificar as condições de trabalho que definem o sistema escravista brasileiro. A articulação dos outros níveis da condição escrava -- oportunidades sociais e culturais, caminhos para a liberdade – deve ser buscada na lógica da produção. A partir de tal perspectiva são abordadas as linhas gerais do escravismo no Brasil, procurando suas especificidade.

SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Casamentos de escravos na capitania de São Paulo. Ciência e Cultura. São Paulo, SBPC, v. 32, n. 7, jul. de 1980, p. 816-21.

RESUMO: Questiona-se a afirmação de que o casamento na época colonial era considerado inútil e atè visto como nocivo ao sistema escravista enquanto constituía uma ameaça de alforria e libertação por parte de ameríndios e africanos. Consideram-se aspectos da doutrina católica, das exigências burocráticas e a visão dos próprios escravos envolvidos na situação.

SOMOZA, Jorge L. Mortalidad adulta y orfandad en el pasado: cinco casos latinoamericanos. Notas de Población. San José, v. 13, n. 38, ago. de 1985, p. 9-53.

RESUMO: Apresenta-se ums descrição da evolução histórica de cinco populações e um exame das circunstâncias em que se coletaram e compilaram dados sobre a orfandade (materna e paterna) dos nubentes no momento do casamento. Os estudos históricos compreendem: San Luis de La Paz, no México do século XVIII; Valparaiso entre 1871 e 1875; Lima, entre 1869 e 1871; um grupo luterano de Curitiba, entre 1880 e 1919 e, finalmente, a cidade argentina de Corrientes, entre 1866 e 1875. São descritos os passos seguidos na análise das informações coletadas: a partir de proporções de não órfãos, segundo grupos qüinqüenais de idades dos nubentes, chega-se à construção de tábuas de vida referentes a um período de vida entre os 25 e os 75 anos, no caso da mortalidade materna e entre os 30 e os 70 anos, no da paterna. O documento inclui comentários sobre os resultados, adverte o leitor sobre o cuidado com que devem ser interpretados e apresenta diferenças de mortalidade por sexo, que se revelam plausíveis. É tão escasso o conhecimento que se tem da mortalidade no passado que, apesar das limitações, o valor do método descrito não pode ser menosprezado.

 

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RESUMOS

COSTA, Iraci del Nero da. Minas Colonial: características básicas de quatro estruturas demo-econômicas. Acervo. Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 95-114, jan./jun. 1986.

ABSTRACT: This work intends to show the particularities of four demo-economics structures: urban, rural-mining, intermediate and rural of self-consuming. For this, such structures were identified from the analyses often localities of Minas Gerais. The data presented here are based in census information related to the beginning of the 19th Century.

 

SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Os arquivos cartorários e o trabalho do historiador. Acervo. Rio de Janeiro, v.2, n.1, p. 5-16, jan./jun. 1987.

ABSTRACT: Although Brazilian historians are aware of the importance of notarial archives, it has not yet passed by a complete process of systematization nor possesses a specific methodology for its exploration. It exists in Brazil since the colonial period and it constitutes the only uniform and continuous documentary mass that includes large aspects of Brazilian economic and social life.

BALHANA, Altiva Pilatti. Reconstituição de famílias: instrumento de análise demográfica. Acervo. Rio de Janeiro, v.2, n.1, p. 53-64, jan./jun. 1987.

ABSTRACT: Studies dedicated to historical demography are still very rare in Brazil, despite the relative variety of sources. The main obstacles to the enlargement of this field are access difficulties and lack of knowledge and indefinition of document collections that may contain demographic interest. This article presents the methodology followed by the research program on historical demography developped in Paraná, showing the possibility of researches in this new field, still very little studied in Brazilian historiography.

GOMES, Flávia Roncarati. Parati, memória documental em risco. Acervo. Rio de Janeiro, v.2, n.1, p. 65-78, jan./jun. 1987.

ABSTRACT: This article is a survey of the documents found in the municipality of Parati, at Câmara Municipal, Fórum Sílvio Romero, Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito and Santa Casa de Misericórdia. The documents include bound and looseleaf manuscripts and printed texts from the eighteenth, nineteenth and twentieth centuries. It is the duty of municipal archives to hold on to their documents, preserve them and protect them, for they are invaluable for the study of local history.

FIGUEIREDO, Luciano Raposo de A. & SOUSA, Ricardo Martins de. Segredos de Mariana: pesquisando a Inquisição mineira. Acervo. Rio de Janeiro, v.2, n.2, p. 11-34, jul./dez. 1987.

ABSTRACT: The registers about the action of Tribunal do Santo Ofício in Brazil have a significant space in our historiography. This article makes a critical evaluation of some works already done, based on the procedures that involved pastoral visits, besides furnishing subsidies to researches related to the theme.

LIBBY, Douglas Cole. Historiografia e a formação social escravista mineira. Acervo. Rio de Janeiro, v.3, n.1, p. 7-20, jan./jun. 1988.

ABSTRACT: This article examines current revisionist tendencies within the historiography of Minas Gerais which deals with the eighteenth and nineteenth centuries. Considering the slaves social formation as the dominant unifying element of both the colonial and provincial periods, the text reflects upon certain revisionist advances and their implications for further studies.

SALLES, Gilka Vasconcelos Ferreira de. A escravidão negra na província de Goiás: 1822-1888. Acervo. Rio de Janeiro, v.3, n.1, p. 37-50, jan./jun. 1988.

ABSTRACT: This is a study of negro slavery in the province of Goiás, highlighting the pertinent historical events, that is the origin of the slaves and their contribution to the economy, the number and cost of the slaves as well as the final events that led up to the abolition, both juridical and political. Aspects of the life of bondage of the slave will also be considered. Goiás did not differ greatly from the other provinces of Brazil involued in the use of slave labour. However, due to regional variants, slight differences can be detected a nd this is only to be expected. The methodology adopted follows the heuristic approach and takes into account several documents and other sources which were consulted and relates to the essential foundations of historical methods.

GALLIZA, Diana Soares de. Análise das fontes para o estudo da escravidão na Paraíba. Acervo. Rio de Janeiro, v.3, n.1, p. 83-89, jan./jun. 1988.

RÉSUMÉ: Les archives cartulaires possèdent des documents très importants pour l'étude de l'esclavage dans ses multiples aspects: les inventaires fournissent les données pour la reconstitution de l'économie de la province de Paraíba et permettent d'accompagner la participation de la main d'oeuvre esclave dans les activités économiques; les lettres d'affranchissement constituent une matière de grand intérêt pour l'histoire des mentalités; les procédures criminelles aident a évaluer l'index de la criminalité entre les esclaves. En outre, les registres paroissiales sont également de considérable intérêt aux études qualitatives et quantitatives de l'esclavage. Les sources primaires d'impression officiel, en même temps que les journaux de l'époque, deviennent absolument necéssaires à l'abordage de la violence et de la vigilance indispensables à la conservation de l'ordre social esclavagiste. Cette documentation fournit, aussi, les éléments pour l'étude des mouvements abolitionnistes à Paraíba.

SILVA, Maria Beatriz Nizza da. A documentação do Desembargo do Paço no Arquivo Nacional e a história da família. Acervo. Rio de Janeiro, v.3, n.2, p. 37-53, jul./dez. 1988.

ABSTRACT: The Mesa do Desembargo do Paço, institution created in 1808, when the Court arrived in Brazil, acted in three important moments of the familiar life: the choice of guardianship to under age persons, the emancipation of the ones that haven't reached the legal age of maturity and, at last, the legitimation of illegitimated children. In this article the authoress analyses the importance of the

documentation, holding by the National Archives of Brazil, to the Brazilian familiar history.

 

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RELAÇÃO DE TRABALHOS PUBLICADOS NA ÁREA DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA

Vão arrolados, aqui, trabalhos incorporados ao arquivo denominado ROL - RELAÇÃO DE TRABALHOS PUBLICADOS desde o número próximo passado

deste BOLETIM DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA até o presente. O arquivo ROL, vale dizer, a relação integral e atualizada dos aludidos trabalhos, acha-se à disposição dos interessados, os quais deverão remeter, para a editoria deste Boletim, um disquete já formatado e a competente solicitação. Tal disquete -- se compatível com a linha IBM-PC e de dupla face -- pode ser de qualquer marca, especificação (3 1/2" ou 5 1/4"), densidade (DD-dupla densidade ou HD-alta densidade) ou capacidade (360 Kb, 700 Kb, 1,2 Mb ou 1,44 Mb).

ARANTES, Antonio Augusto. Pais, padrinhos e o Espírito Santo: um reestudo do compadrio. In: ALMEIDA, Maria Suely Kofes de et alii. Colcha de retalhos: estudos sobre a família no Brasil. São Paulo, Brasiliense, p. 195-204.

BALHANA, Altiva Pilatti & WESTPHALEN, Cecília Maria. A exploração das fontes. In: DAUMARD, Adéline et alii. História Social do Brasil. Teoria e Metodologia. Curitiba, Universidade Federal do Paraná, 1984.

BARCIK, Verginia. Campo Largo, 1832-1882: demografia histórica, (mestrado, Universidade Federal do Paraná, 1992), mimeografado.

BIDEAU, Alain et alii. SYGAP: Système de gestion et d'analyse de population. Lyon, Programme pluriannuel en sciences humaines Rhône-Alpes (CNRS), 1991, xii+227 p., (Programme Rhône-Alpes - Recherches en Sciences Humaines, 6).

BIDEAU, Alain & BURMESTER, Ana Maria de Oliveira & BRUNET, G. Les familles de Curitiba (Brésil) au XVIIIe. siècle approche de la fécondité. Annales de Démogrphie Historique, p. 7-24, 1993.

CASTRO, Hebe. A cor inexistente: os significados da liberdade no século XIX, (doutoramento, Universidade Federal Fluminense, 1993).

CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo, Cia. das Letras, 1990.

COSTA, Iraci del Nero da. Demografia Histórica no Brasil: Contribuição para o estabelecimento de um dossiê sobre avanços e desafios. Boletim de História Demográfica. São Paulo, IPE-USP, I(3):3-31, 1994, disquete.

DEAN, Warren. Comments on "Slavery in a nonexport economy" (II). Hispanic American Historical Review. Durham, Duke University Press, 63(3): 582-84, august 1983.

DOUSTDAR, Neda Mohtadi. Imigração polonesa: raizes de um preconceito, (mestrado, Universidade Federal do Paraná, 1990), 157p., mimeografado.

ENGERMAN, Stanley L. & GENOVESE, Eugene D. Comments on "Slavery in a nonexport economy" (III). Hispanic American Historical Review. Durham, Duke University Press, 63(3):585-90, august 1983.

FRAGOSO, João Luis Ribeiro & FLORENTINO, Manolo Garcia. O arcaísmo como projeto: mercado atlântico, sociedade agrária e elite mercantil no Rio de Janeiro, c.1790-c.1840. Rio de Janeiro, Diadorim, 1993.

FUKUSHIMA, Masanori. Algumas características das emigrações no Paraná, (doutorado, Universidade Federal do Paraná, 1986), 460 p., mimeografado.

KNOX, Miridan Britto. Escravos do Sertão: demografia, trabalho e relações sociais, Piauí, 1826-1888. (doutorado, FFLCH da Universidade de São Paulo, 1993), xiii+277 p., mimeografado.

KOJIMA, Shigeru. Um estudo sobre os japoneses e seus descendentes em Curitiba, (mestrado, Universidade Federal do Paraná, 1991), 196 p., mimeografado.

LUNA, Francisco Vidal. Posse de escravos em Sorocaba (1778-1836). São Paulo, IPE-USP, ago. 1986, mimeografado.

MACHADO, Maria Helena Pereira Toledo. Em torno da autonomia escrava: uma nova direção para a história social da escravidão. Revista Brasileira de História, São Paulo, ANPUH/Marco Zero, 8(16):143-60, mar./ago. 1988.

MACHADO, Maria Helena Pereira Toledo. Vivendo na mais perfeita desordem: os libertos e o modo de vida camponês na Província de São Paulo do século XIX. Estudos Afro-Asiáticos, Centro de Estudos Afro-Asiáticos, (25):25-42, dez. 1993.

MEZZOMO, Diva da Conceição Ribas. Médicos e educadores: a disciplinarização da família curitibana (1890-1930), (mestrado, Universidade Federal do Paraná, 1991), 113 p., mimeografado.

MORAES, Ruth Burlamaqui de. Transformações demográficas numa economia extrativista, Pará: 1872-1920, (mestrado, Universidade Federal do Paraná, 1984), 145 p., mimeografado.

PEREIRA, Marco Aurélio Monteiro. Casar em Curitiba: nupcialidade e normatização: 1890-1921, (mestrado, Universidade Federal do Paraná, 1989), 163 p., mimeografado.

NADALIN, Sérgio Odilon. Uma comunidade de origem germânica em Curitiba: demografia e sociedade (pesquisa em curso). História: Questões & Debates, Curitiba, 8(14/15): 137-46, 1987.

NADALIN, Sérgio Odilon. Uma comunidade de origem germânica em Curitiba: aculturação e compadrio (II). Curitiba, Universidade Federal do Paraná, relatório de pesquisa/CNPQ, 66 p.

PAIVA, Clotilde Andrade & LIBBY, Douglas Cole. The middle path: alternative patterns of slave demographics in nineteenth century Minas Gerais. Trabalho apresentado na Conferência Mundial sobre Povoamento das Américas. Veracruz, México, 1992.

PARDO, Terezinha Regina Bussetti. Das relações familiares dos escravos no Paraná do século XIX, (mestrado, Universidade Federal do Paraná, 1993), 95 p., mimeografado.

PETRUCCELLI, José Luis. Brésil. Reproduction de la population. Structure Sociale et Migrations, 1889-1929, (doutoramento, Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, Paris, 1993), 303 p., mimeografado.

PINTO, Elisabete Alves. Vila de Castro: população e domicílios (1801-1830), (doutorado, Universidade Federal do Paraná), mimeografado.

QUEIROZ, Maria Luiza Bertuline. Paróquia de São Pedro do Rio Grande. Estudo de história demográfica: 1737-1850, (doutorado, Universidade Federal do Paraná), mimeografado.

RIOS, Ana Maria Lugão. Famílias negras no pós-abolição. Paraíba do Sul, 1889-1920. Anais do VII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, 1990, vol. 1.

SAMARA, Eni de Mesquita & MATOS, Maria Izilda Santos de. Manos femininas: trabajo y resistencia de las mujeres brasileñas (1890-1920). In: THÉBAUD, Francoise (ed.). Historia de las mujeres en Occidente. Madrid, 1993.

SANTOS, Rosane Vaconcelos Ataide. A emigração portuguesa no contexto da economia cafeeira: 1870-1890, (mestrado, Universidade Federal do Paraná, 1994), mimeografado.

SIQUEIRA, Marcia Terezinha Andreatta Dalledone. Saúde e doença na Província do Paraná (1853-1889), (doutorado, Universidade Federal do Paraná), 396 p., mimeografado.

 

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ESTATÍSTICAS RETROSPECTIVAS

WORLD POPULATION GROWTH FROM YEAR 0 TO STABILIZATION

Data from the Population Division, United Nations Secretariat

Year

Population

(in billions)

Source

0

0,30

Durand

1000

0,31

Durand

1250

0,40

Durand

1500

0,50

Durand

1750

0,79

D & C

1800

0,98

D & C

1850

1,26

D & C

1900

1,65

D & C

1910

1,75

Interp

1920

1,86

WPP63

1930

2,07

WPP63

1940

2,30

WPP63

1950

2,52

WPP92

1960

3,02

WPP92

1970

3,70

WPP92

1980

4,45

WPP92

1990

5,30

WPP92

1993

5,57

WPP92

2000

6,23

WPP92

2025

8,47

WPP92

2050

10,02

LR

2075

10,84

LR

2100

11,19

LR

2125

11,39

LR

2150

11,54

LR

Stabilization

11,6

LR

Sources:

Durand: J.D. Durand, 1974. Historical Estimates of World

Population: Na Evaluation (University of Pennsylvania,

Population Studies Center, Philadelphia), mimeografado.

D & C: United Nations, 1973. The Determinants and

Consequences of Population Trends, Vol. 1 (United Nations,

New York).

WPP63: United Nations, 1966. World Population

Prospects as Assessed in 1963 (United Nations, New York).

WPP92: United Nations, 1993. World Population

Prospects: The 1992 Revision (United Nations, New York).

LR: United Nations, 1992. Long-range World Population

Projections: Two Centuries of Population Growth,

1950-2150 (United Nations, New York).

Interp: Estimate interpolated from adjacent population

estimates.

 

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CENSO DE DEMOGRAFIA HISTÓRICA

A partir deste número do BHD, passar-se-á a fornecer os resultados parciais do Censo de Demografia Histórica, cujo objetivo é proceder ao levantamento, o mais completo possível, dos estudiosos da área, bem como de suas respectivas produções científicas.

Os informes abaixo fornecidos seguem a forma explicitada a seguir:

Nome

Rua

CEP - Cidade, Estado

(DDD) Telefone

(DDD) Fax

Instituição à qual se encontra vinculado

 

Alain Bideau

70 Rue Jean Jaurés

69100 Villeurbanne

France

tel. 72 72 05 68

fax. 78 07 61 71

Centre National de la Recherche Scientifique-CNRS

Centre Jacques Cartier

 

Alida C. Metcalf

Department of History, Trinity University

78202-7200 San Antonio, Texas

USA

tel. (210) 736-7627

fax. (210) 736-7305

 

Anna Gicelle Garcia Alaniz

Caixa Postal 1477

13001-970 Campinas, SP

tel. (0192) 55-3142

Departamento de História, FFLCH/Universidade de S. Paulo

 

Cacilda da Silva Machado

Rua José Bernardino Bormann, 1373, ap. 105

80710-500 Curitiba, PR

tel. (041) 362-3038, ramal 223

Departamento de História, Universidade Federal do Paraná

 

Cláudia Eliane Parreiras Marques

Rua João Caetano, 185

Bairro Nova Suiça

30460-190 Belo Horizonte, MG

tel. (031) 332-8449

CEDEPLAR/Universidade Federal de Minas Gerais

 

Clotilde Andrade Paiva

Rua Curitiba, 832, 9. andar

30170-120 Belo Horizonte, MG

tel. (031) 201-3253, (031) 201-3657

CEDEPLAR/FACE/Universidade Federal de Minas Gerais

 

Dora Isabel Paiva da Costa

Rua Alberto Cerqueira Lima, 375

Taquaral

13076-010 Campinas, SP

tel. (0192) 52-4612

fax. (0192) 52-4612

Universidade Federal Fluminense

 

Eni de Mesquita Samara

Rua Tuim, 465, ap. 21

Moema

04514-101 São Paulo, SP

tel. (011) 240-2402

Departamento de História, Universidade de São Paulo

 

Fernando Lobo Lemes

Rua 16-A, 262, ap. 402

Setor Aeroporto

Goiânia, GO

tel. (062) 229-0562, (062) 621-3812

CEDHAL/Universidade de São Paulo

 

Flávia Arlanch Martins de Oliveira

Rua Olavo Bilac, 34

17211-020 Jaú, SP

tel. (0146) 22-2634

 

Francisco Vidal Luna

Rua da Consolação, 3574, ap. 10-A

01416-000 São Paulo, SP

tel. (011) 280-2426, (011) 816-3866

fax. (011) 814-2995

FEA/Departamento de Economia, Universidade de São Paulo

 

Horácio Gutiérrez

Rodovia Raposo Tavares, 3175, ap. 147-D

05575-900 São Paulo, SP

tel. (011) 819-5719

Secretaria de Planejamento e Gestão, Estado de São Paulo

 

Iraci del Nero da Costa

Rua Dr. Cândido Espinheira, 823, ap 21

05004-000 São Paulo, SP

tel. (011) 38655-2391

fax. (011) 3865-2391

FEA/Departamento de Economia, Universidade de São Paulo

 

João Luís Ribeiro Fragoso

Rua Muniz Barreto, 660, ap. 207

Botafogo

22251-090 Rio de Janeiro, RJ

tel. (021) 537-1856

Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ

 

José Flávio Motta

Rua Adele, 210, bloco 8, ap. 44

04757-050 São Paulo, SP

tel. (011) 247-6104, (011) 818-5927

FEA/Departamento de Economia, Universidade de São Paulo

 

José Luis Petruccelli

Rua Efigênio de Sales, 215, ap. 202

Cosme Velho

22241-150 Rio de Janeiro, RJ

tel. (021) 556-2272

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE

 

José Roberto Góes

Rua Laranjeiras, 452, ap. 104

22240-002 Rio de Janeiro, RJ

 

Júlio Manuel Pires

Rua Jerônima Dias, 159, ap. 11

02407-000 São Paulo, SP

tel. (011) 298-7694

FEA/Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

 

Lelio Luiz de Oliveira

Rua Major Claudiano, 1488

14400-690 Franca, SP

tel. (016) 722-6222

fax. (016) 723-6645

Universidade Estadual Paulista-UNESP

 

Leonardo Viana da Silva

Rua Tenente Serpa, 485

Novo Progresso

32115-180 Contagem, MG

tel. (031) 473-1386

CEDEPLAR/Universidade Federal de Minas Gerais

 

Luiza de Marilac de Souza

Avenida Londres, 299, ap. 201

Eldorado

32340-570 Contagem, MG

tel. (031) 355-1239, (031) 201-3211, ramal 52

CEDEPLAR/Universidade Federal de Minas Gerais

 

Luiz Roberto Netto

Rua Conselheiro Nébias, 887

01203-001 São Paulo, SP

tel. (011) 222-0211, PABX 4610

fax. (011) 222-5583

Editora do Brasil S.A.

 

Manolo Garcia Florentino

Rua Figueiredo Magalhães, 1033, ap. 302

Copacabana

22031-010 Rio de Janeiro, RJ

tel. (021) 257-8410

Departamento de História, Universidade Federal do R. de Janeiro

 

Marcelo Magalhães Godoy

Rua Curitiba, 832, sala 1205

30170-120 Belo Horizonte, MG

tel. (031) 201-3211, ramal 52

CEDEPLAR/FACE/Universidade Federal de Minas Gerais

 

Maria de Fátima Rodrigues das Neves

Rua Jayme Valdemir de Medeiros, 165

Interlagos

04783-080 São Paulo, SP

tel. (011) 522-6977

fax. (011) 815-5273

CEDHAL/Universidade de São Paulo

 

Maria de Lourdes Mônaco Janotti

Rua Pedralva, 211

05467-020 São Paulo, SP

tel. (011) 261-2900

Departamento de História, Universidade de São Paulo

 

Maria do Carmo Salazar Martins

Rua Curitiba, 832, 9. andar

30170-120 Belo Horizonte, MG

tel. (031) 201-3253, (031) 201-3211, ramal 47

CEDEPLAR/Universidade Federal de Minas Gerais

 

Maria Helena Spyrides Cunha

Rua Vicente Farache, 1878, ap. 702

Morro Branco

59015-370 Natal, RN

tel. (084) 221-4299, (084) 231-1266, ramal 256

Dep. de Estatística, Universidade Federal do R. Grande do Norte

 

Maria Iza Gerth da Cunha

Rua Celso Egídio de Souza Santos, 759

Chapadão

13070-570 Campinas, SP

tel. (0192) 41-0851

CEDHAL, Departamento de História, Universidade de São Paulo

 

Maria Luiza Andreazza

Rua Bruno Filgueira, 2054, ap. 1102

Bigorrilho

80730-380 Curitiba, PR

tel. (041) 335-4192, (041) 362-3038, ramais 263 e 196

Universidade Federal do Paraná

 

Maria Luiza Marcílio

Rua Padre João Manuel, 774, ap. 142

01411-000 São Paulo, SP

tel. (011) 282-8550, (011) 815-5273

fax. (011) 815-5273

CEDHAL, Departamento de História, Universidade de São Paulo

 

Maria Silvia C. Beozzo Bassanezi

Rua Dr. Shigeo Mori, 1294

13084-431 Campinas, SP

tel. (0192) 39-1340, (0192) 39-8576

fax. (0192) 39-4000

Núcleo de Estudos de População-NEPO/Univ. Estadual de Campinas

 

Mario Marcos Sampaio Rodarte

Avenida Augusto de Lima, 1142, ap. 506

Bairro Barro Preto

30190-003 Belo Horizonte, MG

tel. (031) 337-1224, (031) 201-3211, ramal 52

CEDEPLAR/Universidade Federal de Minas Gerais

 

Maurício Martins Alves

Rua São Pedro, 541

Alto São Pedro

12082-010 Taubaté, SP

tel. (0122) 32-0621

 

Miridan Britto Knox

Rua Igarapava, 31, ap. 202

Leblon

22450-200 Rio de Janeiro, RJ

tel. (021) 274-0302, (021) 274-0315

IFCS/Universidade Federal do Rio de Janeiro

 

Nelson Nozoe

Rua Santo Stefano, 60

02480-000 São Paulo, SP

tel. (011) 210-8334

FEA/Departamento de Economia, Universidade de São Paulo

 

Odilon Nogueira de Matos

Av. Dona Libânia, 1897, ap. 111

13015-090 Campinas, SP

tel. (0192) 34-5837

Pontifícia Universidade Católica de Campinas

 

Renato Leite Marcondes

Alameda Itu, 137, ap. 81

01421-000 São Paulo, SP

tel. (011) 285-1375

FEA/Departamento de Economia, Universidade de São Paulo

 

Rodolpho Telarolli Junior

Avenida Mario Ybarra Almeida, 1498

Carmo

14800-420 Araraquara, SP

tel. (0162) 22-2396, (0162) 32-1233, ramal 179

fax. (0162) 22-4823 (a/c UNAMOS)

Faculdade de Ciências Farmacêuticas, UNESP-Araraquara

 

Sérgio Luiz Vianna Mandrioli

Rua Jaime Ovale, 100, ap. C-102

Ilha do Governador

21940-000 Rio de Janeiro, RJ

tel. (021) 393-5561

Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ

 

Sergio Odilon Nadalin

Rua Bororós, 555

Vila Izabel

80320-260 Curitiba, PR

tel. (041) 243-1760, (041) 362-3038, ramais 263, 223 e 196

fax. (041) 264-2791

Departamento de História, Universidade Federal do Paraná

 

Sheila Siqueira de Castro Faria

Condomínio Ubá-Pendotiba, rua 4, quadra 1, lote 13

24322-140 Niterói, RJ

tel. (021) 616-1965

Departamento de História, Universidade Federal Fluminense

 

Silvia Maria Jardim Brügger

Rua General Roca, 932, ap. 401

Tijuca

20521-070 Rio de Janeiro, RJ

tel. (021) 254-6844

Departamento de História, Universidade Federal Fluminense

 

Suzana Podkolinski Pasqua

Rua Acutiranha, 240

05679-000 São Paulo, SP

tel. (011) 842-5208

CEDHAL/Universidade de São Paulo

 

Tarcísio Rodrigues Botelho

Rua Entre Rios, 150, ap. 511

30710-080 Belo Horizonte, MG

tel. (031) 201-1972

Universidade Federal de Ouro Preto-UFOP

 

Wagner Ricardo dos Santos

Rua Paulo Pinheiro Chagas, 111

Bairro Vitória

31970-120 Belo Horizonte, MG

tel. (031) 201-3211, ramal 52

CEDEPLAR/Universidade Federal de Minas Gerais

 

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AOS COLABORADORES

A assinatura deste Boletim será efetuada mediante o envio de 20 disquetes, já formatados, para a Editoria do Boletim. Estamos interessados em receber notas de pesquisa em andamento, resumos, resenhas e artigos concernentes à área de estudos populacionais Tais contribuições poderão ser escritas em português, castelhano, italiano, francês ou inglês. Reiteramos, ademais, a solicitação da remessa de trabalhos já publicados e concernentes à nossa área de especialização. Além de divulgados no Boletim, eles serão incorporados ao acervo da Biblioteca da FEA-USP. Caso remanesçam dúvidas entre em contato conosco.

 

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