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BOLETIM DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA

Ano XIII, no. 40, março de 2006

 

               

 

SUMÁRIO  

 

Apresentação

Artigos

Resumos

Notícia Bibliográfica 

Publicações Recebidas

Censo de Demografia Histórica

Notícias e Informes

ROL - Relação de Trabalhos Publicados

 

   

 

  

Apresentação

                   

                                                                      

Há de se ressaltar quanto a este número do BHD a presença de artigos sobre a Argentina, o Brasil e a Venezuela. Ademais, estampamos os resumos de trabalhos apresentados em encontros realizados em distintos quadrantes e chamamentos de comunicações para reuniões a se darem no correr de 2006. Realce especial deve ser emprestado à retomada da publicação da Revista do Arquivo Público Mineiro (MInas Gerais - Brasil) a qual já prestou incomensuráveis serviços aos pesquisadores de nossa formação econômica e social e à qual certamente ficaremos a dever novos estímulos ao desenvolvimento da historiografia brasileira. Esperamos que tão alvissareiras notícias sirvam como um renovado convite a todos os colegas com trabalhos na área de história demográfica a que nos enviem a referência completa de suas publicações e projetos bem como o resumo dessas suas obras e planos de estudos. 

                   

                                  

Artigos

                                       

                   

SAMUDIO A., Edda O. La cotidianidad esclava en las haciendas del Colegio San Francisco Javier de Mérida. 
RESUMEN. El estudio sobre los esclavos de las haciendas del colegio San Francisco Javier de Mérida se apoya fundamentalmente en información extraída de escrituras notariales sobre transacciones de distinta índole, de informes y relaciones de superiores de la Orden y del plantel. Asimismo, de datos obtenidos del Libro de Recibo (1749-1767) y del Libro de Consulta (1691-1762). En el trabajo se establece la relación entre comportamiento económico y demanda de mano de obra esclava, circunstancia que definió el tamaño de la comunidad esclava jesuítica y su distribución espacial, ocupacional y de empleo, hechos que se proyectaron, a su vez, en aspectos de su vida material, como vivienda, alimentación, vestuario, compensaciones, castigo y de su existencia espiritual y religiosa, aspectos de la existencia la material espiritual que los jesuitas regularon y que abarcaron desde el demográfico hasta el moral y religioso. 

         

       

                                                               

DIMUNZIO, Karina & GARCÍA, Claudia. Indagando en las dolencias de los esclavos: una aproximación a las fuentes para su estudio en la Córdoba tardo colonial. Comunicação apresentada nas II Jornadas de Estudios de la Población y Sociedad en Córdoba y Santa Fé, Organizadas por el Centro de Estudios Avanzados de la Universidad Nacional de Córdoba y por el Centro de Estudios Interdisciplinarios de la Universidad Nacional del Litoral.Córdoba, noviembre de 2004; e nas X Jornadas Interescuelas / Departamentos de Historia.Universidad Nacional de Rosario. Facultad de Humanidades y Artes. Rosario, septiembre de 2005.

RESUMEN. La esclavitud en Córdoba ha sido estudiada desde distintos enfoques. Las investigaciones realizadas, en general, han incluido a este grupo dentro de marcos más amplios en la descripción de la sociedad y economía cordobesa, sin abordarlos específicamente. Las primeras investigaciones centradas en la esclavitud en esta región abordaron el problema del comercio de negros. En los últimos años, ha habido una preocupación en profundizar distintas aristas específicas de la esclavitud, desde la perspectiva de la demografía histórica, por ejemplo, analizando a la fecundidad esclava. También se ha investigado sobre la participación de los esclavos en la economía colonial mediante los oficios que ejercían. Otros historiadores indagaron de que manera se cumplían las normas legales que garantizaban los derechos de esclavos y en los mecanismos institucionales y extrainstitucionales de control sobre los esclavos en Córdoba. En otras líneas se están actualmente analizando las distintas estrategias de resistencia que desplegaron los esclavizados en nuestra región. Sin embargo, la temática de las enfermedades y dolencias todavía no ha sido explorada. Por lo tanto, nos proponemos como finalidad, en este trabajo, aproximarnos a distintas fuentes documentales, resguardadas en los archivos de la provincia de Córdoba, que puedan proporcionarnos datos sobre las dolencias padecida por los esclavos durante el período tardo colonial, visualizando sus limitaciones y potencialidades. Intentaremos rescatar documentación, que nos brinde respuestas sobre planteamientos tales como: ¿cuáles eran las enfermedades más comunes de los esclavos, que ideas o concepciones tenía este grupo social acerca de este fenómeno, como eran diagnosticadas o tratadas las distintas dolencias?, entre otros interrogantes.  .  

                                                                           

       

                                                                              

TRINDADE, Jaelson Bitran. Demografia de povoamento: São Paulo, 1532-1900, um território em construção. 

Este artigo, ora revisto e ligeiramente ampliado, foi apresentado originalmente no XII Encontro Nacional da ABEP - Associação Brasileira de Estudos Populacionais. Caxambu (MG), 2000, cujos Anais encontram-se no site da ABEP.
APRESENTAÇÃO. Reconhecendo que, no Brasil, a demografia histórica ainda não travou uma discussão e/ou diálogo com as abordagens genealógicas o autor explora as virtualidades que poderiam resultar de um trabalho conjunto e/ou da utilização sistemática dos estudos genealógicos mais abrangentes já existentes. Como anota, no panorama da genealogia brasileira existem apenas duas obras de fôlego, abrangendo grandes regiões e largos períodos, ambas relativas à região que constituiu, desde o século XVI até meados do século XIX a antiga Capitania e depois Província de São Paulo. São, a Genealogia Paulistana (S. Paulo, 1903-1905), em 9 volumes, de autoria de Luís Gonzaga da Silva Leme e a Genealogia paranaense, (Curitiba, 1926-1928), em 5 volumes, de autoria de Francisco Negrão. Avançando nas referidas potencialidades lembra o autor que a Genealogia Paulistana permitiria, desde já, ainda que falte uma base empírica suficiente, a colocação de questões a serem pensadas e desenvolvidas num vasto projeto de estudos, a ser paulatinamente implantado, baseado na constituição de "genealogias sociais": um projeto de "demografia de povoamento". A largueza de dados de ordem demográfica que apresenta, envolvendo alguns milhares de indivíduos, ao longo de c. de 370 anos (1532-1902), partindo de 52 troncos fundantes), insinuam situações relativas à estratégias matrimoniais, herança, acesso à propriedade agrária, reprodução de hierarquias sociais, constituição de quadros das elites, fluxos migratórios internos (regional e intercolonial) e externos (transoceânicos) etc. etc. A vantagem do esforço empreendido pelo genealogista Silva Leme está, portanto, em que, estabelecendo-se a crítica pertinente, seu trabalho propicia um ponto de partida para intercâmbios com os projetos de pesquisas e estudos de mesma natureza que estão sendo desenvolvidos em Portugal, com suas "bases de dados".

                                  

                                   

 

Resumos

                               

                                

ARAÚJO, Maria Lucília Viveiros. Contribuição metodológica para a pesquisa historiográfica com os testamentos. HISTÓRICA - Revista Eletrônica do Arquivo do Estado. São Paulo, Arquivo do Estado de São Paulo, ano 1, n. 6, outubro de 2005.
Disponível em: < http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/ >.
RESUMO. A autora apresenta os métodos e os procedimentos relacionados ao uso dos testamentos como documentação serial, de forma a subsidiar o aprofundamento dos estudos da família.

                                 

OGNIBENI, Denise. Charqueadas pelotenses do século XIX: cotidiano, estabilidade e movimento. Porto Alegre, PUCRS, Tese de Doutorado, 2005.
RESUMO. O presente trabalho visa analisar uma parcela da sociedade rio-grandense no século XIX, constituída por indivíduos associados em função da atividade charqueadora, na região sul da então Província de São Pedro, às margens do arroio Pelotas, nas terras das antigas sesmarias do Monte Bonito e Pelotas. Nosso foco de análise será este complexo formado pelos diferentes indivíduos que habitavam, trabalhavam e conviviam nos estabelecimentos das margens do arroio Pelotas no decorrer do século XIX. As charqueadas instaladas na costa do Pelotas, permaneceram por quase um século como atividade econômica de destaque na Província, sustentando com sua riqueza várias gerações, muitas vezes sobrevivendo em uma conjuntura econômica e política pouco favorável. Nesta pesquisa buscamos inferir como se davam as relações familiares e sociais, de que se constituía a vida cotidiana de mulheres, homens e seus filhos, seus empregados e compadres, sua tralha doméstica, enfim, penetrar em parte, coletando fragmentos da vida comum, rotineira, destes indivíduos que habitaram e construíram o maior pólo charqueador rio-grandense no século XIX. Trabalhamos com a hipótese de que na sociedade charqueadora pelotense, os industriais da carne salgada, por seu lado, enfrentavam o desafio de manter suas propriedades nas mãos da família, evitando seu desmembramento, o qual os levaria a inviabilização de sua atividade. Para tanto utilizavam suas relações sociais por meio dos laços de compadrio, dos arranjos de casamentos, bem como no controle dos elementos da própria família. Se para os grupos mais abastados, proprietários, era preciso buscar a estabilidade, formando para tanto uma rede familiar organizada em um espaço social restrito, aos indivíduos livres que executavam as mais diversas tarefas nestas propriedades e em torno delas, suas vidas eram marcadas pela mobilidade. 

                                          

RABELL ROMERO, Cecilia Andrea. La población novohispana a la luz de los registros parroquiales (avances y perspectivas de investigación). México, D. F., Instituto de Investigaciones Sociales - Universidad Nacional Autónoma de México, 1990, 94 p., (Cuadernos de Investigación Social, n. 21).
RESUMO. Este volumen nos presenta un panorama de las tendencias seculares y de los movimientos a corto plazo de varias poblaciones parroquiales novohispanas. La autora evalúa las fuentes, los métodos y los hallazgos de diversos estudios, y hace un balance de las características demográficas que pueden observarse a partir de los registros de bautizos, matrimonios y defunciones. Aun que hasta ahora se suele plantear que la segunda mitad del siglo XVIII fue de gran crecimiento económico y demográfico, la revisión crítica permite sostener que ese siglo se cierra con tasas de crecimiento poblacional cada vez menores, e incluso negativas, a consecuencia de las intensas crisis de mortalidad que asolaran a la población.

                              

REIS, Déborah Oliveira Martins dos. Teres e deveres, o evolver da riqueza em Araxá: a economia de uma localidade mineira com base em inventários post-mortem, 1776-1888. São Paulo, Dissertação de Mestrado, Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, mimeografado, 2005, 249 p.
RESUMO. A autora analisa o evolver econômico de Araxá para o período 1776-1888; contempla, especialmente, os níveis e a composição da riqueza que expressam um conjunto de profundas transformações ocorridas em tal lapso temporal, principalmente no respeitante à escravidão. Ao longo da dissertação recorre, em alguns momentos, à lista nominativa de habitantes de 1831-32 e ao censo de 1873, apoiando-se, fundamentalmente, em 346 processos de inventários post-mortem. Dessa amostra foram coligidas informações as quais, sobretudo as referentes aos bens arrolados, contribuíram para o estudo de quadra histórica na qual Araxá se caracterizava, em termos econômicos, pela pecuária e pela produção agrícola de subsistência.

                                 

ROBICHAUX, David. Dinámica de la población indígena en México ¿Recuperación de la población en el siglo XVIII ?
RESUMEN. La pregunta general que inspira el presente trabajo tiene que ver con la naturaleza de los procesos específicos mediante los cuales se produjo la recuperación de la población indígena mexicana después de la catástrofe del siglo XVI. Mi análisis se centrará en el siglo XVIII y, en un intento por sintetizar varias discusiones, comenzaré con una revisión de algunos de los planteamientos que vinculan los procesos demográficos con procesos económicos como precios de alimentos, niveles de vida y pobreza. Con algunos análisis de los datos de dos parroquias del estado mexicano de Tlaxcala y la reconstitución de uno de sus poblados y, a la luz de los hallazgos de otros estudios, plantearé un modelo de un régimen demográfico que explique la dinámica demográfica de este sector de la población del país. Después, pasaré a examinar algunos procesos específicos que se dieron a raíz de las epidemias que asolaron la población bajo estudio. En las conclusiones, propondré que, con nuestro estado actual de conocimientos, habría que replantear algunas de las causalidades económicas propuestas, además de tomar más en cuenta factores biológicos como los anticuerpos o su ausencia entre la población de distinta "calidad" o categoría étnica del México colonial. 

                                   

SOARES, Márcio de Sousa. Dos Sertões de Angola à Planície Goitacá: população, tráfico atlântico e variação da posse de escravos em Campos, c. 1750 - c. 1830. História & Ensino, n. 2, Campos, FAFIC Editora, 2005, p. 23-47.
RESUMO. Neste artigo o autor examina o impacto do tráfico atlântico de escravos sobre a população estabelecida nos Campos dos Goitacases durante o processo de montagem e expansão da produção açucareira entre 1750 e 1830. Usando mapeamentos populacionais, inventários post-mortem, registros paroquiais de batismo e passaportes e despachos de escravos como fontes de pesquisa, buscou-se avaliar a variação da posse de escravos ao longo do período e, assim, mensurar os níveis de concentração de riqueza na região.

                                                             

VIEIRA, Martha Victor. Os novos cidadãos brasileiros: naturalização e razão de Estado, 1882-1891. Estudos de História. Franca (SP), Faculdade de História, Direito e Serviço Social da UNESP, vol. 12, n. 1, 2005, p. 191-210.
RESUMO. A autora propõe-se a abordar a questão da naturalização de estrangeiros, tomando como parâmetro a legislação, os discursos parlamentares e os relatórios do Ministério do Império, no período de 1882 a 1891, com o intuito de discutir a modificação das normativas jurídicas relativas à concessão de nacionalidade brasileira aos imigrantes radicados no País. Tais modificações indicam que, no contexto de transição da Monarquia para a República, a concepção de cidadania foi repensada pelos atores políticos a fim de atender às novas demandas sociais.

                                    

                                                              

       

                                             

                                                                 
COMUNICAÇÕES CONCERNENTES À ÁREA DE DEMOGRAFIA HISTÓRICA APRESENTADAS NO 2o. ENCONTRO ESCRAVIDÃO E LIBERDADE

NO BRASIL MERIDIONAL.
Porto Alegre, outubro de 2005

(Os resumos de todas as comunicações do encontro encontram-se no Caderno de Resumo do 2o. Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional: Porto Alegre, 26 a 28 de outubro de 2005. São Leopoldo, Oikos Editora, 2005, 80 p.)
                                                  

CUNHA, Maísa Faleiros da. Uma tentativa de reconstituição de famílias escravas. Franca (SP) - Século XIX.
RESUMO. Os estudos de cunho histórico-demográfico, especialmente a partir dos anos 1980, trouxeram à tona vivências insuspeitadas, tais como o estabelecimento de laços de parentesco consangüíneo e fictício entre os cativos. Após o reconhecimento da presença da família escrava no passado brasileiro, atualmente, a questão que se tenta responder remete ao maior entendimento das dificuldades e possibilidades de constituição e manutenção destas famílias. A fim de ampliar o conhecimento sobre este tema, nosso estudo focaliza a população escrava em um município no norte paulista (Franca) que se caracteriza por apresentar uma economia voltada para o abastecimento interno em um momento de expansão da agricultura de exportação na Província de São Paulo (século XIX). Procuramos destacar as possibilidades para a reconstituição de famílias escravas a partir de duas fontes documentais: a Lista Nominativa de Habitantes de 1835-1836 e os registros paroquiais (de batismo e casamento relativos a escravos). Ao realizarmos o cruzamento dos registros de batismo ocorridos próximo á data da Lista Nominativa de Habitantes (1835) encontramos o fogo de Francisco Barboza Sandoval, que levou ao batismo Raimundo, Reinaldo, Roza, filhos de um casal de escravos de sua posse. De acordo com a Lista Nominativa, este senhor era proprietária de 12 escravos, dentre eles Francisco e Eufrázia, pais dos três escravinhos. Esta família escrava estava presente no fogo de Francisco Sandoval, mas não houve qualquer menção ao parentesco destes cativos por parte do recenseador. Esperamos apresentar um quadro mais claro sobre a família escrava em um contexto econômico ainda pouco analisado pela historiografia.
                        

DE LORENZO, Ricardo. Sobre a insanidade mental entre cativos e libertos (Porto Alegre, século XIX).
RESUMO. Partindo da leitura sobre a discussão política e sobre as fontes médico-institucionais, policiais, judiciárias e jornalísticas, procuro cercar o universo de alienados, decreptos e suicidas que circularam pelas ruas e pelas instituições de acolhimento de Porto Alegre durante a segunda metade do século XIX. Meu objeto de estudo se recorta sobre os escravos, africanos ou crioulos, e sobre os negros livres ou libertos nestas condições, ou seja, identificados como insanos pelas diversas autoridades públicas ou pela incipiente medicina. O problema central que apresento refere-se à seguinte indagação: qual a lógica inerente aos comportamentos de cativos e libertos ditos insanos e, por contrapartida, quais as situações e critérios que levavam à classificação desses indivíduos como insanos? Essencialmente, importa-me saber qual era o perfil social e comportamental dos escravos e libertos em questão: qual a sua origem (africana ou crioula), a quem pertenciam ou sob quais condições foram alforriados, quais as suas idades, sexo, situação familiar e laboral? Qual a sua representatividade no universo dos "insanos"? Qual a trajetória desses negros cativos, livres e libertos, anteriormente e já dentro dos mecanismos de exclusão que se acionavam como resposta ás suas manifestações mentais? A perspectiva de análise das formas de controle e tratamento que sofriam sugere indagações sobre como os negros reagiam ou se articulavam em estratégias que lhes permitissem amenizar ou superar esse enquadramento. Há sempre uma nova estratégia ou se reproduz ou potencializa uma prática costumeira criada ou herdada? Pode-se compreender o comportamento considerado anormal dentro de uma lógica própria que se explica pela experiência sócio-cultural dos negros, extrapolando o diagnóstico circunstancial da autoridade, seja pública ou médica, ou mesmo em contraposição a outros grupos sociais que também sofriam o apartamento social por alguma manifestação de insanidade? O que dá especificidade aos negros nesse processo? Há variação de seu comportamento ao longo do tempo? Além disso, um contraponto complementar aos ditos insanos parece-me pertinente, pois se verificamos um modelo de controle social baseado na prevenção ou resposta ao comportamento considerado anômalo - passível de afastamento da relação social cotidiana a partir de uma classificação, geral, de "Insanidade'' -, interessa saber em que grau esse controle prendia-se ao arbítrio da autoridade "de plantão" ou se eram adotados os preceitos médicos que no decorrer do século XIX passaram a ser considerados "científicos". Na análise de a quem cabia recolher esses indivíduos percebidos como fator de perturbação, qual sua visão própria em relação ao problema específico dos cativos e dos libertos e como ela se altera ao longo do período? Quanto isso influi na trajetória dos "enquadrados"?
                 

ELIAS, Roger. Famílias escravas em Porto Alegre (1810-1835). Uma história de suas formações.
RESUMO. A escravidão é um dos traços mais determinantes da história nacional, e também um dos mais discutidos pelos historiadores. A historiografia dedicada à escravidão no Brasil Imperial tem, há muito, debatido intensamente a condição social do escravo. Porém, esta é uma discussão que está longe de ser encerrada. Desde as afirmações em prol do que se chamou de "democracia racial" nos anos 1930, até as pesquisas sobre as famílias escravas a partir da década de 1980, passando pela idéia de "retificação do escravo", defendida pela chamada Escola Paulista de Sociologia, a dianteira dos debates já oscilou entre extremos opostos. Referindo-se mais diretamente á temática da formação das famílias escravas (foco da presente pesquisa), trabalhos que tiveram por objeto áreas do centro do país dedicadas às plantations de cana-de-açúcar e café revelaram, com base numa extensa base documental, que para tais áreas era recorrente a presença de famílias escravas nos plantéis. Tal constatação ensejou questionamentos diversos, tendo destaque especial o debate sobre o significado dessas famílias para escravos e senhores, ou seja, a existência dessas famílias enquanto estratégia de emancipação dos escravos ou de dominação por parte dos senhores. A presente pesquisa em andamento tem por mote investigar a formação das famílias escravas em Porto Alegre no período 1810-1835. 0 marco temporal pretende permitir a análise da condição das famílias escravas num período dinâmico do município, desde quando este ascende á condição de vila até o cerco farroupilha de 1835. Além disso, estão já presentes no período duas realidades distintas: além da grande zona rural, um pequeno núcleo urbano, limitado à península correspondente à zona central do município, configura um contexto com cenários diversos, de forma a tornar possível, esperamos, conclusões sobre as peculiaridades das famílias escravas nesses dois ambientes. Finalmente, pretende-se chegar a resultados que possibilitem fazer comparações pertinentes com os resultados de pesquisas levadas a cabo no sudeste do país.
                      

ENGEMANN, Carlos. Reflexões acerca de alguns elementos constitutivos da sociedade escravista no Brasil.
              

FARINATTI, Luis Augusto Ebling. Nos rodeios, nas roças e em tudo o mais: trabalhadores escravos na Campanha Rio-grandense, (1831-1870).
                    

HAMEISTER, Martha Daisson. Famílías rio-grandinas livres e seus escravos através dos registros batismais: unidades oiconômicas (Rio Grande c. 1738-c. 1763).
RESUMO. Através do estudo intensivo dos registros batismais, vêm-se trabalhando as relações entre os agentes históricos através do compadrio. Isso possibilitou identificar as relações de compadrio de algumas famílias livres e suas escravarias. Diferente do que é encontrado em estudos sobre compadrio, analisam os estratos sociais em separado, este trabalho pretende, através de alguns casos específicos, apontar as relações tanto da família proprietária de escravos como das famílias de seus escravos, comparando a malha de compadrio desses dois setores sociais que coexistem em uma unidade doméstica. Os resultados apontam, ainda que os compadrios de cada setor tenham características peculiares, padrões coincidentes nos dois estratos. Com isso, buscam-se elementos para repensar o funcionamento destas unidades domésticas que são complexas unidades econômicas hierarquizadas, como toda a sociedade o era, e que continham em seu interior gente de diferentes estatutos sociais. Talvez modifique-se a idéia da abrangência da família setecentista nesta região, incluindo nela um setor muitas vezes dito como "excluído" socialmente, Como decorrência dessa reflexão, há a sugestão para que se repense a própria "economia" da localidade, indo ao encontro da idéia de uma oiconomia, conforme conceituado por Bartolomé Clavero.
                        

KUNIOCHI, Márcia Naomi. O perfil social dos escravos em Rio Grande, século XIX.
RESUMO. A Cúria Metropolitana do Município de Rio Grande preservou os livros de batismo e óbito dos escravos da região, desde a fundação da cidade, em meados do século XVIII, que estão, inclusive, microfilmados. O livro de batismo apresenta dados sobre: data do batismo, filiação, nação dos pais e padrinhos; por sua vez, os livros de óbitos fornecem informações sobre: data da morte, idade, nação e causa. As informações de nascimento e morte estão vinculadas ao nome do respectivo proprietário. A quantificação das informações coletadas fornece indicadores relevantes para se construir um perfil dos escravos registrados nas paróquias da região. Por meio da sistematização e cruzamento dos dados é passível avaliar as características da população escrava da região, cujos plantéis estavam dispersos, seja nas mãos de proprietários ligados tanto ao meio rural como ao setor urbano, para atender ás necessidades da vila fronteiriça e portuária; sede militar do extremo sul do Brasil e última base mercantil do pais para intermediar o comércio com o Rio da Prata. Para caracterizar melhor a população escrava, uma outra fonte vai retratar com mais clareza as atividades do cativo: as anúncios de compra e venda, coletados de jornal local, de meados do século XIX, que trazem, além da nação e idade do escravo, as profissões exercidas tanto pelo homem como pela mulher cativa. 0 estudo operacionaliza uma metodologia de exploração de tais fontes primárias que nos permitem leituras transversais sobre as relações entre senhores e escravos e contribui desse modo para a historiografia da escravidão no Brasil Meridional, de inúmeras experiências históricas e necessitam de maior visibilidade na historiografia brasileira, ainda focada nos grandes centros econômicos agro-exportadores e de " plantation". Esses dados nos permitem traçar um perfil ainda preliminar do escravo em Rio Grande, no século XIX, identificando características das relações entre senhores e escravos, as condições de vida e trabalho, assim como doenças que mais os acometiam e o nível de opressão e de violência dessas relações. Também leituras sócio-culturais pela reprodução de práticas culturais de seus senhores como o batismo e incorporação de nomes cristãos.
                       

NETTO, Fernando Franco. Compadrio e Escravidão em Guarapuava no século XIX.
RESUMO. O presente trabalho tem como objetivo conhecer as relações de compadrio dos escravos na região de Guarapuava no período 1810-1888. Área esta de recente povoamento e com características bastante específicas quanto ao processo de ocupação e de desenvolvimento de sua economia, haja vista que sua formação esteve ligada à criação e comercialização de gado e à lavoura de alimentos. As especificidades locais determinaram uma população cativa muito pequena e composta, majoritariamente, por crioulos. Provavelmente, Guarapuava não esteve na rota do tráfico internacional de escravos, como também no pesado tráfico interno. A sociabilidade dos escravos será tema desta pesquisa a partir dos registros de batismos de cativos e de ingênuos, bem como do cruzamento dos dados com os inventários de alguns proprietários. Apesar de uma população pequena é forte a presença da família escrava em Guarapuava. Os arranjos e laços promovidos pelos escravos demonstram que o compadrio serviu como estratégia para fortalecer as relações da comunidade. O número de padrinhos livres foi predominante em Guarapuava, e mais, com forte participação dos senhores e seus familiares nessa rede de relações.
                       

NEVES JÚNIOR, Edson José. Reprodução natural e famílias escravas em Porto Alegre - 1840-1865.
RESUMO. A presente comunicação tem por objetivo apresentar pesquisa em desenvolvimento tratando da reprodução natural da escravaria porto-alegrense em meados do século XIX, portanto, trabalho no campo da história demográfica. Procurarei averiguar se a reprodução vegetativa da população escrava desta cidade conseguiu suprir devidamente a demanda exigida pelo mercado e manter o contingente populacional mancípio proporcionalmente idêntico nos períodos pré e pós-tráfico. Tenho também por meta desvendar como essa reprodução se deu, ou seja, quais arranjos familiares foram possíveis dentro da lógica do cativeiro desta região e que tipo de laços de solidariedade esses cativos criaram, através da reprodução de sua família. No período recortado observa-se no Brasil o fim do tráfico, tornando possível averiguar o seu impacto na população cativa porto-alegrense. Bem como, aborda um período anterior à Guerra do Paraguai, uma quadra de relativa paz para a população, tornando as análises demográficas que pretendo realizar mais confiáveis, pois homens, principalmente escravos, não foram convocados para a guerra. As fontes com que trabalho são basicamente duas: registros paroquiais de batismo, casamento e óbitos e inventários post-mortem.
                                   

OSÓRIO, Helen. Campeiros e domadores escravos da pecuária sulista, sec. XVIII.
                          

SANTOS, Sherol dos. A comunidade escrava no litoral norte do Rio Grande do Sul (a freguesia de Santo Antonio da Patrulha - 1773-1810).
RESUMO. As relações escravo-senhor sempre geraram controvérsias na historiografia. Mais "conservadores" ou não todos admitem que por mais "severo" que o sistema escravista possa parecer, não podemos excluir o movimento de seus agentes. Nenhuma trajetória, seja ela individual ou de grupo, pode ser analisada a partir de suas normas. Normatizar as atitudes dos indivíduos, fazendo com que eles percam seu caráter de destino individual e passem a ter comportamentos típicos de um determinado grupo, nos impede a tentativa de reconstruir contextos históricos e sociais. Com base nestes pensamentos iniciei este trabalho de pesquisa. Minha intenção era perceber como os primeiros povoadores do Rio Grande estabelecidos na região de Santo António da Patrulha se relacionavam com seus escravos. Este trabalho pretende analisar a comunidade negra (cativa ou não) da região que abrangia a freguesia de Santo António da Patrulha, no período de 1773 a 1810, enfocando o estabelecimento de laços familiares e a constituição de redes de parentesco. Trataremos com destaque as relações que afirmavam através do compadrio, acreditando ser esta uma das principais estratégias utilizadas por estes agentes para se movimentar entre o universo cativo e livre e sedimentar relações de solidariedade, principalmente étnicas. Utilizaremos como fonte primária os registros de batismos desta comunidade, com base nos preceitos teórico-metodológicos da história social, que a nosso ver permite o cruzamento de variáveis qualitativas e uma abordagem do universo cultural dos agentes enfocados.
                               

SCHANTZ, Ana Paula Dornelles. E depois da liberdade? Família e sobrevivência econômica de libertos em Porto Alegre e Viamão no final do século XVIII.
RESUMO. Esta pesquisa nasceu da necessidade de se entender o que aconteceu com a população alforriada após sua manumissão, particularmente no que tange á família e à sobrevivência econômica de libertos. Para compreender como os forros se inseriam economicamente na sociedade e como suas famílias eram constituídas, foram estabelecidos os seguintes questionamentos: a) como se davam as relações sociais no interior de suas famílias? b) como sobreviviam? c) com o quê e com quem trabalhavam? d) continuavam atrelados aos seus antigos senhores ou conseguiam estabelecer relações sociais com outros indivíduos, ou talvez com outros setores da sociedade? A pesquisa qualitativa, realizada através de consulta a inventários, testamentos e fontes eclesiásticas, permitiu que fossem obtidas algumas respostas ás questões propostas. Entre elas está a constatação de que os laços familiares não são interrompidos com a manumissão e se prolongam além da liberdade; a constatação de que a autonomia jurídica advinda da alforria corresponde a uma frágil autonomia econômica, que muitas vezes provoca o agregamento de libertos em casas de homens brancos; e a constatação de que os poucos alforriados que dispunham de recursos possuíam escravos. Os resultados da pesquisa indicam que a maioria dos libertos de Viamão e Porto Alegre vivia em condições econômicas limítrofes - entre a autonomia desejada e a realidade econômica vivida, que os atrelava, muitas vezes a outros indivíduos. A vida após a liberdade parece ter sido bastante difícil para esses indivíduos, que encontravam na família não apenas refúgio sentimental mas também proteção econômica e social.
                             

SILVA, Denize Aparecida da. Arranjos e laços familiares na comunidade escrava da Freguesia de Nossa Senhora da Graça de São Francisco do Sul/SC (1845-1888).
RESUMO. As pesquisas sabre a família escrava apontam para a idéia de que nos grandes plantéis havia maior possibilidade de constituição dos laços familiares, principalmente no que diz respeito às famílias legítimas. E ainda que pela manutenção da família escrava era possível estabelecer uma situação de paz no cativeiro. Por outro lado é colocado que a família escrava poderia significar uma forma de desestabilizar as relações comunitárias, pois na busca de negociar com o senhor, o escravo acabava colocando seus interesses pessoais em detrimento do grupo. Porém se pensarmos em laços familiares mais amplos, aqueles que envolviam parentesco consangüíneo e espiritual, então pode-se pensar que a comunidade escrava possivelmente tinha vantagens com esta organização. O estudo sobre a freguesia Nossa Senhora da Graça buscou analisar as relações sociais nos plantéis para responder sobre a organização, manutenção e estratégias da família escrava, no período de 1845 a 1888. As características da escravidão na referida freguesia apontam para plantéis relativamente pequenos e com escravos na sua maioria crioulos. Para a realização do trabalho foram lidos Registros de Batismo e Processos de Inventários, foram analisadas as informações e também foi feito cruzamento dos dados apresentados na respectiva documentação. Ao longo do período abarcado pela pesquisa foi observada a trajetória de determinadas famílias. Outra preocupação foi a de conhecer a organização de grandes famílias, (casais e mulheres que batizaram cinco ou mais filhos), bem como as estratégias para continuidade das famílias diante de situações de perigo como nos processos de inventários. Pode-se pensar que os arranjos de parentesco provavelmente ampliavam as redes de solidariedade e, conseqüentemente, minimizavam os percalços da vida em cativeiro na freguesia estudada; muito embora constituir uma família e mantê-la, ao que parece, não tenha sido uma tarefa fácil para os cativos. Portanto os escravos precisavam construir mecanismos para burlar os obstáculos que a condição no cativeiro lhes impunha. Daí prefere-se acreditar que a organização da família escrava tinha um sentido que envolvia interesses e desejos tanto dos escravos como dos senhores.
                                    

XAVIER, Regina Célia Lima. Deslindando a história sobre a escravidão no Rio Grande do Sul.
                                

                                                    

       

                                                                 

                                                                 

COMUNICAÇÕES CONCERNENTES À ÁREA DE DEMOGRAFIA HISTÓRICA APRESENTADAS NO XV SIMPÓSIO DE HISTÓRIA: ETNIA, GÊNERO E PODER
Vitória, novembro de 2005
(Os resumos de todas as comunicações encontram-se em CD-ROM elaborado pelas instituições patrocinadoras do Simpósio)          

                                            
CARVALHO, Enaile Flauzina. Laços de solidariedade: redes de convivência social em Vitória de 1790/1816.
RESUMO. A presente pesquisa desenvolveu-se com base em fontes cartoriais principalmente do século XVIII que, quando analisadas, acabaram por inserir o Espírito Santo no contexto produtivo colonial da época. No trabalho de pesquisa efetuou-se a digitalização e a coleta dos dados quantificáveis existentes em inventários post-mortem e testamentos depositados na 1a. Vara de Órfãos de Vitória, o que possibilitou a identificação da existência de circulação de mercadorias além de permitir o dimensionamento da riqueza da classe proprietária, bem como a identificação de suas fontes de renda. Devido ao grau de descrições dos bens nos inventários, muitas vezes somados com informações contidas em testamentos, tornou-se possível uma melhor análise sobre a escravaria desses proprietários. Os inventários contêm informações sobre o padrão econômico das famílias capixabas, como também prestam uma valiosa descrição acerca das escravarias, o que permitiu definir a origem, a faixa etária, a profissão, o ciclo familiar e a cor dos escravos existentes na Capitania capixaba entre 1790 e 1816. Após dois anos de pesquisa e com a análise dos dados empíricos, uma nova leitura da história do Espírito Santo vem sendo construída, no propósito de questionar a tese da "barreira verde" empregada por historiadores tradicionais para comprovar a estagnação econômica da Capitania/Província até meados do século XIX, convencidos de que a situação só se modificou com o advento do café. Em face das informações obtidas é factível propor a identificação de redes familiares que exerciam uma grande influencia econômica, política e social na Villa de Victoria. Nesta comunicação são expostos alguns dados coligidos e analisados através da leitura das fontes, principalmente os relacionados com os cativos e as redes familiares.

                           

CONDE, Bruno Santos. Além dos limites espirituais: os escravos e seus padrinhos em Vitória (1867-1871).
RESUMO. O presente trabalho tem como objetivo apresentar alguns aspectos da escravidão em Vitória no século XIX. Mais especificamente, busca-se discorrer sobre as relações de compadrio envolvendo escravos no período compreendido entre 1867 e 1871, últimos anos antes da Lei do Ventre Livre. O esforço aqui é no sentido de decifrar a forma, ou a intensidade, com que essas relações entre padrinhos e afilhados se infiltravam no social, moldando e sendo moldadas pelo cotidiano. De qualquer forma, o fato é que o sacramento batismal caracterizava uma soma da significação religiosa cristã com a teia social do cenário em questão. Subsidiando a apresentação aqui proposta, têm-se como fontes os registros paroquiais da Igreja católica do Espírito Santo, bem como publicações relacionadas ao tema e ao período. A pesquisa que deu origem a esta exposição ainda está em andamento e tem como opção metodológica o enfoque sobre a dinâmica local em sua especificidade, mas sem perder de vista o âmbito mais geral. É com essa postura que se ambiciona lançar novas luzes sobre interessantes aspectos da história do Espírito Santo no século XIX.

                            

EL-KAREH, Almir Chaiban. Meninos vagabundos e meninas prostitutas: o trabalho infantil livre e compulsório na Corte do Império do Brasil.
RESUMO. Com a chegada numerosa de imigrantes europeus, a partir dos anos 1850, o mercado de trabalho carioca sofreu profundas modificações no que concerne aos regimes de trabalho. Se no âmbito da casa o trabalho infantil continuou sendo majoritariamente escravo, de ambos os sexos, percebe-se que, com a entrada numerosa de imigrantes, ele tendeu a se feminizar e a se desqualificar. Entretanto, o espaço público, do comércio e das oficinas artesanais, foi muito rapidamente tomado por meninos livres, em geral mais qualificados, acentuando sua tendência a se masculinizar. Porém, ainda que a participação de menores, nacionais e estrangeiros de ambos os sexos, fosse muito grande, o mercado de trabalho urbano carioca não foi capaz de absorvê-los em sua totalidade e as autoridades policiais e da justiça tiveram de buscar soluções para um fenômeno social relativamente novo, mas que tendia a se agravar com a miséria: o dos meninos livres vagabundos e das meninas livres que se prostituíam.

                             

FERRAZ, Liz de Oliveira Motta. As Faces de Eva: os papéis da mulher no século XIX.
RESUMO. Este artigo propõe refletir sobre os vários papéis da mulher no século XIX e a dicotomia dos sexos nas construções sociais do universo feminino no período da primeira fase da revolução industrial, dentro de um quadro capitalista e patriarcal. Analisa a formação da classe proletária e suas reivindicações com o objetivo de enfocar a participação feminina, apontando mudanças e conseqüências no bojo dessa conjuntura.

                           

GIL, Antonio Carlos Amador. Modernidade, culturalismo e mestiçagem na historiografia do México.
RESUMO. O debate historiográfico no México é profundamente marcado pelo tema da mestiçagem, ao contrário de outras histórias latino-americanas. Pretendemos, neste trabalho, discutir como se estruturou a idéia de um México mestiço e os embates historiográficos com os que consideravam que os "índios" deveriam ser excluídos da história.

                              

IOTTI, Luiza. A política imigratória brasileira e sua legislação - 1822-1914.
RESUMO. A política imigratória brasileira, no período de 1822 a 1914, atravessou diferentes momentos, conforme os interesses dos grupos que estiveram no poder. O objetivo dessa comunicação é analisar cada um desses períodos, tendo como principal fonte a legislação produzida sobre o assunto.
                                 

LAGE, Lana. Penitentes e solicitantes: gênero, etnia e poder no Brasil Colonial.
RESUMO. Através das denúncias reunidas nos Cadernos dos Solicitantes do Tribunal da Inquisição de Lisboa, foi possível verificar que 425 clérigos foram acusados por proferirem "palavras amatórias" para as penitentes na ocasião da confissão, no Brasil Colonial. O fato de essas mulheres, incluindo negras e índias, terem denunciado seus confessores já indica uma atitude de resistência, numa sociedade bastante desfavorável à condição feminina. O exame dessa documentação permite verificar maiores detalhes das relações de gênero nessa época e -- o que particularmente nos interessa nessa comunicação -, as estratégias de defesa diante de um delito que hoje seria qualificado como assédio sexual. 

                                

MARTINS, Bárbara Canedo Ruiz. Mulheres e ofícios: olhares brancos sobre os serviços domésticos na cidade do Rio de Janeiro no séc. XIX.
RESUMO. A autora efetua uma investigação sobre amas-de-leite, relações de gênero e mercado de trabalho no Rio de Janeiro escravista do século XIX. Acompanhando perspectivas teóricas - metodológicas mais recentes nos estudos sobre escravidão no Brasil levanta questões a respeito de imagens construídas num cenário escravista urbano. Através das narrativas de viajantes estrangeiros busca compreender as diferenças e similitudes entre as atividades domésticas, desempenhadas por algumas figuras femininas. Pensa ainda no impacto deste discurso sobre a sociedade e suas conexões com outras falas, como aquelas dos médicos sanitaristas do final do século XIX. Representações, símbolos e significados diversos sobre as práticas das amas-de-leite, o papel social desempenhado, o cotidiano da ocupação pretendem ser identificadas, assim como as classificações sócio-raciais processadas diante das relações senhor-escravo. No desdobramento de tais questões propõe, ainda, a análise sobre as imbricações entre os espaços de dentro e de fora da casa (ambiente mais íntimo). Como poderiam desenhar-se no cotidiano: divisões e hierarquias. E como estavam situadas as mulheres e suas ocupações em tais relações específicas de poder. O recorte temporal corresponde ao período 1808-1881, marcos esses baseados na passagem pelo Brasil dos viajantes coletados e analisados.
                                

MOREIRA, Vânia Maria Losada. A formação do povo brasileiro: a contribuição de Caio Prado.
RESUMO. Formação do Brasil Contemporâneo é, indubitavelmente, uma das principais obras de Caio Prado Júnior e uma referência na historiografia brasileira. Nessa comunicação analisaremos como o autor avalia o processo de integração social/assimilação do índio, bem como o processo de formação do povo brasileiro, a partir de uma massa populacional pluriétnica.

                               

MOTT, Maria Lucia. Parteiras x parteiras: negociação e confronto.
RESUMO. Historiadores que trabalham a História da Assistência ao Parto no Brasil ainda hoje têm dificuldade de enfrentar dois velhos chavões: o das parteiras como mulheres ignorantes e, seu oposto, o das parteiras como mulheres sábias, vítimas do poder médico masculino. O primeiro tem como referencial a história da medicina tradicional, escrita por médicos, que dá especial destaque aos progressos técnicos da Medicina, vistos como resultado do empenho, conhecimento e genialidade e alguns de seus pares. Os trabalhos desses estudiosos revelam a crença na superioridade da Obstetrícia científica, enfatizam os benefícios trazidos para as parturientes e recém-nascidos com o advento do parto hospitalar e das diferentes técnicas cirúrgicas, descartam a contribuição das mulheres nesse campo de conhecimento, colocando médicos e parteiras em campos opostos. A partir desse tipo de estudos criou-se uma imagem bastante cristalizada e divulgada das parteiras do passado, como sendo mulheres ignorantes, analfabetas, sujas, sem conhecimento das regras básicas de assepsia, responsáveis pela alta taxa de mortalidade da mãe e de crianças. Já o segundo chavão, desenvolve-se a partir na década de 1960, período em que surgem escritos influenciados tanto pelo feminismo, como pelos escritos de Foucault. Estes últimos, apesar de valorizarem o conhecimento das mulheres, também têm uma visão única de parteira, qualificadas como "mulheres sábias", cujas práticas e técnicas estavam em consonância com as necessidades e desejos das parturientes, estabelecendo com elas uma relação de solidariedade e respeito. A perseguição das parteiras seria resultado do crescente poder dos médicos, desejosos de dominar os corpos das mulheres, bem como esse campo profissional. Minha proposta para a mesa redonda é trazer para debate uma terceira via de interpretação com base na análise de denúncias contra parteiras feitas por parturientes e seus familiares, bem como por outras parteiras na imprensa nos séculos XIX e início do XX. Antecedendo as professoras, as enfermeiras e as profissionais liberais (médicas, advogadas, etc.), as parteiras podem ser consideradas senão o primeiro grupo profissional feminino, um dos primeiros a enfrentar as exigências do mercado de trabalho capitalista. Muitas entre elas tiveram de desenvolver estratégias para se impor enquanto profissionais e obter a fidelidade e reconhecimento da clientela. Mesmo que para isso tivessem de denunciar suas colegas de profissão e/ou adotar tratamento e discurso similares aos dos médicos. A análise desses embates cotidianos, conforme documentado pelos jornais, possibilita perceber o poder em espaços freqüentemente ignorados pelas análises que privilegiam, ou tomam como referência primordial, os discursos médicos. 

                                 

SONEGHETI JR, Adélio. A imagem da mulher no projeto de nação de José de Alencar: um estudo de gênero das obras Lucíola, Diva e Senhora.
RESUMO. O período após a Independência do Brasil é marcado pela discussão referente a um projeto de nação. Muitos intelectuais da época debruçaram-se sobre o assunto, que teve as mais variadas vertentes. Entre eles encontra-se José Martiniano de Alencar Junior, filho do padre e senador liberal José Martiniano de Alencar, político influente durante o período regencial. Alencar, advogado por opção, mas jornalista e literato por paixão, discute várias vertentes em sua visão de como deveria ser construído o nacionalismo brasileiro. Entre elas está o modelo de mulher, que ele constrói em suas obras literárias Lucíola, Diva e Senhora. Influenciado pelas ideais da Revolução Francesa, absorvidas pelas leituras de Rousseau, Balzac, Chateaubriand entre outros, José de Alencar estruturou sua ótica sobre o papel feminino com base no conservadorismo patriarcal, visão esta que foi reforçada pelo estudo dos clássicos franceses. Desse modo, ele constrói a imagem da mulher, nas suas três obras, tendo como fio condutor o patriarcalismo demonstrando para o seu leitor a semelhança comportamental em suas três personagem principais, Lúcia, Emília e Aurélia, mesmo sendo elas pessoas totalmente diferentes.

                                          

SOUZA, Alinaldo Faria de. Desmistificando estereótipos: a "ousadia" das mulheres segundo os processos criminais na província do Espírito Santo (1831-1889).
RESUMO. O objetivo da pesquisa é analisar o comportamento das mulheres na Província do Espírito Santo do século XIX, a fim de verificar se elas aceitavam de forma passiva a imposição de padrões comportamentais pré-estabelecidos pela sociedade da época. A investigação pretende desvendar, de um lado a insubordinação contra a dominação masculina e, de outro, a quebra de expectativa em relação ao ideal de docilidade e submissão. E é esse universo de contradições entre o poder patriarcal e a submissão feminina que se pretende percorrer. Para tanto, serão analisados os inquéritos policiais e processos criminais existentes no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, que poderão comprovar a existência de mulheres que transgrediram a legislação penal, por adotarem comportamentOs inadequados para os padrões exigidos pelo poder patriarcal da época. Assim, poderemos avaliar o contexto histórico no qual viveram essas mulheres e a sua postura diante da situação de acusada e vítima, bem como a solução dada pela sociedade aos desvios detectados.
                                      

                                                                            

 Notícia Bibliográfica

                                                          

                                              

CORTÉS LÓPEZ, José Luis. Los orígenes de la esclavitud negra en España. Madrid, Librería DERSA, 2004, 112 p., (Ediciones "Voz de los sin voz", Sección Historia - 432).
APRESENTAÇÃO. La existencia de una verdadera esclavitud en las sociedades cristianas medievales es algo que se ha ido pasando por alto, por diversos motivos, hasta el punto de constituir, según un experto medievalista, una "grave laguna en la Historia medieval". Tal vez prejuicios morales y religiosos o una visión simplista de la evolución histórica de la economía, nos han hecho pararnos solamente en la consideración de los "siervos de la gleba" para olvidarmos de la existencia de verdaderos esclavos. [...] Como veremos a lo largo de la exposición, la mayoría de las publicaciones españolas son trabajos limitados en el espacio y en el tiempo, pero que tienen el mérito incuestionable de ser los pioneros en una parcela que aún está por descubrir. En algunos casos, como el relacionado con la esclavitud en las Islas Canarias, el tema es ya suficientemente conocido; también la cuestión morisca ha sido frecuentemente abordada, pero la incidencia del mundo negro en la Península está aún por estudiar. Ordinariamente los trabajos sobre la esclavitud han englobado a todos los esclavos por igual: orientales, moros, canarios, negros..., y hay que señalar, de antemano, que la existencia jurídica del negro y su mundo sociolaboral eran distintos a los de los demás esclavos. La intención de este pequeño trabajo es abrir una posibilidad concreta de estudio en este campo y señalar los numerosos horizontes que pueden seguirse en su investigación. La imperfección que supone el enfrentarse, por primera vez, a un problema mal conocido puede verse compensada por el interés que pueda suscitar en futuros investigadores este tema casi inédito de nuestra Historia. Nosotros mismos seguiremos volcados en esta apasionante perspectiva. (Do capítulo introdutório da obra).

                                       

       

                                         

GRINBERG, Keila (organizadora). Os judeus no Brasil: inquisição, imigração e identidade. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2005, 473 p. 
RESUMO. Coletânea na qual se efetua um painel histórico da presença judaica no Brasil. O livro divide-se em duas seções: Inquisição, judeus e cristãos-novos no Brasil colonial e Imigração e identidade judaica no Brasil contemporâneo.

                                    

                                             

Publicações Recebidas

                                                     

                                         

Revista do Arquivo Público Mineiro. Belo Horizonte, ano XLI, julho-dezembro de 2005, 152p.
Com este primoroso lançamento retoma-se, sob a Superintendência de nosso colega Renato Pinto Venâncio, a publicação da sempre reverenciada Revista do APM a qual teve sua difusão suspensa em 1995. Este volume vai dedicado à Coleção Casa dos Contos fonte documental inspiradora de várias gerações de pesquisadores da história de Minas às quais se deve uma vasta bibliografia na qual encontram-se dissertações, teses, artigos, ensaios e livros. Como avançado, a edição contou com superior tratamento gráfico e traz um valioso dossiê calcado na aludida documentação. Os colegas interessados em adquirir um exemplar devem dirigir-se diretamente ao Arquivo Público Mineiro, Av. João Pinheiro, 372, CEP 30130-180, Belo Horizonte, MG (Brasil) - fone: (31) 3269-1167 - apm@cultura.mg.gov.br.  

                                                                     

       

                                                

Tal lançamento viu-se coroado com a elaboração da um conjunto de cinco CD-ROMs que integram a Coleção Mineirama sob o título Revista do Archivo Publico Mineiro. Neles encontram-se digitalizados todos os números publicados da Revista do APM; de seu lançamento, em 1896, até seu penúltimo exemplar, de 1995. É a seguinte a identificação completa deste precioso material de pesquisa: Revista do Arquivo Público Mineiro [recurso eletrônico] - ano I, n. 1 (jan./mar. 1896) - 1995. Dados eletrônicos - Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais / Arquivo Público Mineiro, 2005, 5 CD-ROM. Os interessados na aquisição da coleção devem dirigir-se diretamente ao endereço anotado acima.

                                        

       

                                                 

ACTAS DEL VI CONGRESO INTERNACIONAL DE ETNOHISTORIA

                                      
Sob os auspícios da Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Buenos Aires transcorreu na capital Argentina, entre 22 e 25 de novembro de 2005, o VI Congreso Internacional de Etnohistória. Integraram-no os quatro simpósios específicos abaixo detalhados pelos organizadores do encontro e denominados, respectivamente: Política, autoridade e poder; Sociedade, população e economia; Tradições orais, narrativa e simbolismo; Etnicidade, identidade e memória. As comunicações foram reunidas em CD-ROM.

                                      

I. Política, autoridad y poder. Este simposio reunirá temáticas afines a las relaciones entre la sociedad y las diversas formaciones estatales desde el período de los desarrollos de los grandes imperios prehispánicos y durante la dominación hispánica hasta la república temprana (siglos XV-XIX). Dentro del campo se incluyen también aportes que permitan reflexionar sobre los movimientos sociales en el espacio americano, tanto los relacionados con procesos de resistencia, rebelión o movimientos socio-religiosos de base milenarista en contextos coloniales (centrales o de frontera) como aquellos que se inscriben en los procesos políticos que configuraron el carácter de las formaciones estatales del siglo XIX. 

II. Sociedad, población y economía. Este simposio está orientado al debate y a la reflexión sobre tres dimensiones centrales. Uno de ellos se relaciona con los procesos de construcción y transformación social vistos desde el análisis de grupos socioétnicos, castas, estamentos, elites, nobleza, burócratas, funcionarios, comerciantes, clero, terratenientes, etc. Otro se refiere a la problemática demográfica y su incidencia en los estudios de población, mestizaje o miscigenación, parentesco y familia. Finalmente, los procesos económicos que estructuran las relaciones de trabajo, producción y circulación de bienes y dinero al interior del espacio americano y en relación con el contexto internacional. 

III. Tradiciones orales, narrativa y simbolismo. Se propone analizar concepciones sobre tiempo, espacio y memoria, sistemas de simbolización y ritual en las tradiciones orales como las narrativas o mitos, iconografía, ceremonias y otras expresiones de la conducta simbólica y sus vínculos con la historia y la cultura de las sociedades nativas en situaciones de frontera o bien ya incorporadas en las formaciones estatales colonial y republicana. Se incluirán en este simposio aquellos trabajos que problematicen diversas expresiones artísticas, tales como la pintura mural, los retratos, los libros, la escultura, la arquitectura, la música, ya sea en el espacio religioso como en el privado de las elites y de los sectores populares.  

IV. Etnicidad, identidad y memoria. Se propone abordar tanto los problemas de identidad étnica y social y los mecanismos de construcción de esas identidades y etnicidades como las dificultades que ofrecen las fuentes y la bibliografía cuando interpretan y crean identidades. Vinculado a esto los problemas de relaciones interétnicas en distintos contextos espacio-temporales, políticos y socioculturales. 

                                  

                                            

Censo de Demografia Histórica

                        

                                     

Maria Cristina Coutinho Robert Boechat
UEMG/FAFILE Carangola
Rua Marechal Deodoro 906/201
Centro 

36015-460 Juiz de Fora MG
Mestranda em História pela Universidade Severino Sombra/RJ
E-mail - cristinarobert@ig.com.br  

Linha de Pesquisa - Região e Trabalho

                         

                                  

Notícias e Informes

                                       

                                                                                          

 NÚCLEO DA ANPUH CONVIDA

 

Realizar-se-á em São João Del Rei, de 10 a 15 de julho de 2006, na UFSJ - Campus Santo Antônio, o XV ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA da ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA - NÚCLEO MINAS GERAIS (ANPUH - MG). Para mais informações .

                                             

                                  

       

                                                       

                                      

                                

As professoras Lana Lage da Gama Lima (UENF/Campos dos Goytacazes/ Secretaria de Segurança Pública/RJ/ UFF) e Maria Beatriz Nader (Universidade Federal do Espírito Santo/ Campus de Goiabeiras) convidam os colegas a participar do Simpósio Temático (39) "Gênero, Violência e Segurança Pública", que terá lugar no Seminário Internacional Fazendo Gênero 7 - Gênero e Preconceitos, a se realizar de 28 a 30 de agosto de 2006, em Florianópolis, Santa Catarina. Para mais informações

                               

                                        

ROL - Relação de Trabalhos Publicados

 

                                                                                           

                                                

OUTROS TRABALHOS INCORPORADOS AO ROL

                                             

                                       

SAMARA, Eni de Mesquita. Família, mulheres e povoamento. São Paulo, século XVII. Bauru (SP), Edusc, 2003, 102 p.
APRESENTAÇÃO. Segundo palavras da autora, seu objetivo foi estudar "as famílias e as mulheres nos primeiros séculos da colonização do Brasil, enfatizando especialmente a sua participação no povoamento do interior, na estruturação do poder local e na circulação da riqueza". Para tanto, apóia-se em fontes inéditas tais como inventários, testamentos, atas da câmara, ofícios diversos e censos populacionais, para "reconstruir conexões entre o público e o privado, de modo que as histórias das famílias e das mulheres não aparecessem como um adendo à própria História de São Paulo no século XVII ou um suplemento ao que já era conhecido". O livro foi estruturado em duas partes. A primeira está dividida em quatro capítulos e trata da historiografia atinente ao patriarcalismo escravocrata, à organização das famílias de elite e à estruturação do poder local. A segunda parte, também dividida em outros quatro capítulos, apresenta o tema da mulher, relacionando-o à esfera do poder público através do exame de processos de transmissão de herança e do povoamento da São Paulo seiscentista. (Transcrição de trecho de resenha de autoria de Dora Isabel Paiva da Costa).

                                

                                            

 

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