PROTESTO PELO
ENCERRAMENTO DO TERRÀVISTA
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Carta aberta ao Ministro da Cultura
sobre o Terràvista

(enviada em 30/07/98 - permanece sem resposta)

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Assunto: PROTESTO: Carta aberta ao Ministro da Cultura sobre o Terràvista

Exmo. Senhor Ministro da Cultura:

Sobre a sua decisão de encerrar o serviço Terràvista (destinado ao alojamento gratuito na Internet de informação da comunidade lusófona), venho manifestar-lhe a minha indignação:

- pela forma incorrecta com que o referido serviço foi encerrado no dia 30 de Julho de 1998, e
- pelos motivos que supostamente conduziram a esse encerramento.

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1. Primeiro gostaria de lhe mostrar por que são errados e injustificados os motivos que levaram ao encerramento do Terràvista.

Se existem conteúdos impróprios para menores em algumas das mais de 20.000 páginas existentes no Terràvista, a forma correcta de proceder (à semelhança do que fazem os serviços internacionais de alojamento gratuito) é encerrar as páginas prevaricadoras, à medida que elas são detectadas (de forma manual ou automática).

Repare que todos os utilizadores do Terràvista têm conhecimento, ao subscrever o serviço, que, entre outras condições, os conteúdos impróprios não são autorizados e são eliminados (logo que detectados pela equipa técnica que administra o serviço, ou devido a queixas de outros utilizadores).

Repare ainda que, encerrar o Terrávista para fazer a "depuração" dos conteúdos, não é a solução: a informação alojada neste tipo de serviço é demasiado volátil. Os conteúdos impróprios vão continuar a surgir, e é impensável encerrar o Terràvista 1, 2, 4, 10 vezes por ano para "depuração".

A vigilância dos conteúdos é algo que tem que ser feita constantemente, pela equipa responsável, e sem interrupção do serviço aos utilizadores.

Afinal, permita-me recordar-lhe: o Terràvista é um serviço público pago pelos impostos dos contribuintes, muitos deles com informação no Terràvista...

Quanto à pré-visualização de novos conteúdos nas páginas do Terràvista, ela não é realista em termos logísticos. Dado o número de páginas dos utilizadores do Terràvista e dos milhares de actualizações *diárias* não é possível assegurar que a "aprovação" dos novos conteúdos seja feita com a rapidez necessária. Posso adiantar-lhe que os utilizadores não vão estar dispostos a esperar para verem as suas páginas aprovadas. Vão, pura e simplesmente, "mudar de residência", indo para os serviços internacionais e esvaziando de conteúdo e de sentido o projecto Terràvista. Concerteza que não pretende acabar com o único serviço português com estas características que, não sendo perfeito, é o único disponível...

Quanto a soluções duradouras e construtivas, cabe aos pais e educadores acautelarem o que as crianças e jovens vêm na Internet. Não cabe ao poder político assumir esse papel moralizador, prejudicando a comunidade lusófona na Internet. Atitudes precipitadas como esta só provocam descrédito e atrasam a contrução da tão apregoada Sociedade da Informação defendida pelo actual Governo.

Continua: "2. Quanto à forma como o serviço Terràvista foi encerrado..."

 


 


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Última actualização: 2 de Agosto de 1998
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