O início Quem iniciou tudo foi Kerry King, um guitarrista que andava à procura de outros músicos para formar uma banda. Antes disso, Kerry tinha estado numa banda com Tom Araya. Em 1981, Kerry descobriu Jeff Hanneman, que estava muito interessado no movimento Punk que decorria nesse tempo. Mais tarde os dois juntaram-se com um baterista muito tecnicista, Dave Lombardo. Os Slayer tornaram-se uma realidade quando o Baixista/vocalista Tom Araya se juntou à banda, depois de Jeff o ter convidado. Nessa altura, Tom trabalhava num Hospital da zona como Terapeuta Respiratório. Os Slayer tocaram pela primeira vez em 1982, tocando músicas de outras bandas como os Judas Priest. As primeiras actuações de Slayer não tiveram nada a ver com as explosões diabólicas de agressividade demoníaca que os caracterizam agora como banda que inspira um autentico temor em qualquer banda que tenha a infeliz sorte de tocar depois deles no mesmo palco. "Nesses tempos tocávamos material mais na onda de Scorpions e Iron Maiden", admite Tom Araya, "também fazíamos versões no nosso set, temas como Highway Star dos Deep Purple ou o Genocide dos Judas Priest", incrível ? Não menos incrível como a primeira sessão fotográfica em decidiram " jogar ao halloween". Em 1983 a banda foi convidada a gravar um tema para o álbum de compilação "Metal Massacre" da Metal Blade Records. Era a melhor maneira de expor a banda tanto ao público como à imprensa. Eles deram-lhe a possibilidade de dedicar-se à produção do seu primeiro trabalho em vinil e entrar no seu próprio reino de terror. "Para mim, esse tema foi o ponto em que as musicas realmente começaram a tomar forma", recorda Tom. "Ensaiámos esse tema uma e outra vez. Nós sentíamo-nos tão bem...". Tom atribui o aumento de velocidade do material da banda, ao papel fluorescente dos guitarristas Jeff Hanneman e Kerry King ( que chegou a tocar nos Megadeth numa digressão) no processo de composição. "Nesse ponto aceleramos todos os nossos temas e Jeff e Kerry empenharam-se em compor um material mais rápido. Quanto mais rápido tocávamos o material, mais gostávamos". Uma grande parte da primeira agressividade da banda atribui-se ao facto de Jeff ser um grande fã de música punk, dando aos Slayer um som corrosivo e vicioso de guitarra estilo Speed-punk. Mas recordemos essa famosa sessão fotográfica em que levavam os trajes de fantasia caseiros, pintados e caia-lhes sangue por todos os lados. Essa em que um terrível Kerry King está a ponto de enterrar a adaga no pescoço dessa pobre, pobre virgem que não parece estar a gostar minimamente. Mas acham que os Slayer recordam-se daqueles tempos com sentimento de vergonha ? Nem pouco mais ou menos. Surpreendentemente Kerry não está decidido a arrepender-se de nada. "Por todos os infernos, não! Essas fotografias são muito boas! ", recorda-se o famoso pelas suas botas metálicas. "Essa foi a nossa primeira sessão! O mais divertido nessas fotos é que são bastante extremistas e nós temos evoluído desde aí. Só houve 3 fotos boas que saíram dessa sessão e essa foi uma delas ". Esta foi simplesmente a primeira de muitas vezes que os Slayer se negavam a inclinar perante o bom gosto e opinião de qualquer um no que se refere a decisões que a banda poderia tomar. Para o melhor ou pior, desde o primeiro dia, os Slayer estavam a ser os maestros do seu próprio destino. No momento em que a terceira compilação Metal Massacre apareceu nas lojas, em 1983, os Slayer empenharam-se a ganhar uma reputação como uma terrível força a nível do thrash metal. Nesses tempos eles poderiam ser indiscutivelmente os lideres do autêntico movimento thrash, mas no início dos anos 80 eles não eram tão originais e a imprensa fazia demasiadas críticas. A ideia geral era que os Slayer tratavam-se estripadores de 2ª categoria, excessivamente simplistas. Nessa altura apareciam uns jovens de São Francisco na onda do thrash, conhecidos como Mettalica com o clássico "Kill' Em All". Chegou-se a dizer que os Slayer, depois de ver Lars e companhia decidiram reestruturar o seu som. Em Los Angeles o manager Steve Craig vendia o grupo como "The Loudest, The Fastest, Slayer ! ". Ao mesmo tempo editaram uma maqueta de 3 músicas: "Black Magic", "Fight Till Death" e "The Antichrist", a intensidade das quais fez com que a banda fizesse um contrato discográfico suculento com a Metal Blade. Quando os Slayer se começaram a dar conta de que a maneira mais fácil de chamar a atenção para a banda era dizer coisas chocantes, começaram a expandir o hilariante rumor de que o nome Slayer era, na verdade, a abreviatura de "Satan Laughs As You Eternally Rot"! Show No Mercy A aparição do seu álbum de estreia "Show No Mercy"(1983), fez com que a banda sofresse um grande ataque de grande parte das revistas metálicas de todo o mundo. "A imprensa dizia que nós era-mos uma merda, mas simplesmente seguimos em frente". Cria-mos no que fazíamos e não nos íamos comprometer por nada de nada", comentou Tom perante a reacção do mundo metálico a "Show No Mercy". É certo que este álbum teve muitas influências, como por ex. Iron Maiden, mas Jeff e King estavam na idade dos 18 ou 19 e era o inicio das suas carreiras. Haunting The Chapel Nos finais de 1984 saiu o EP "Haunting The Chappel" em que os Slayer evoluíram musicalmente, criando um som mais pesado e personalizado. Desse EP sairam Clásicos Como "Chemical Warfare" e "Captor Of Sin". Com Este EP, os Slayer começaram a definir o seu próprio som. Hell Awaits Agora (1985) tinha chegado o momento do ataque supersónico, com o álbum "Hell Awaits", um clássico do thrash, cimentando umas estruturas quase impossíveis de copiar devido à sua complexidade e à sua incrível agressividade. Neste álbum houve uma conversão do som em algo muito mais terrifico, algo que o mundo não tinha ouvido antes. Reign In Blood Um ano depois, os Slayer ultrapassam os limites da realidade. Era a chegada de "Reign in Blood". A música nunca tinha estado em contacto com algo parecido anteriormente. "Reign in Blood" foi uma das mais originais e intocáveis obras materializadas em vinil. Nessa altura a banda tinha-se juntado a Rick Rubin e o seu selo Def Jam. Os Slayer foram a primeira banda extrema a assinar pela Def Jam. Lamentavelmente, quando a CBS se deu conta da extrema velocidade e da voluptuosidade das letras de "Reign in Blood" recuou e negou-se a ficar ao cargo do disco. Tom nem sequer tem a certeza do porquê da recusa da CBS. "Pode ter sido por causa das letras, tenho uma ligeira ideia que foi devido ao tema "Angel Of Death". Deve ser a resposta para esse enigma. Tinham-nos baptizado de nazis devido a este tema, o que não éramos de maneira nenhuma! O que somos é uma banda que sente que pode escrever sobre qualquer coisa, quer seja positiva ou negativa. O que estávamos a fazer era escrever sobre coisas que se tinham sucedido, e isto foi quando Hitler estava a conquistar toda a Europa. Para nós, "Angel Of Death" não é mais que uma música mas há pessoas que vêm coisas diferentes. Obviamente o pessoal da CBS pensaram o mesmo,, por isso nos expulsaram ". O calor que rodeou a saída deste tema em particular foi quase tão abrasivo como a própria música em si. Os Slayer não são parvos e quando escreveram "Angel Of Death", sabiam que estavam expostos a este problema. "Reign in Blood" durava quase 30 minutos e converteu-se no melhor álbum de thrash de todos os tempos. Beneficiando deste êxito, a banda montou a sua mais ambiciosa digressão começando a expandir a sua fama mais rapidamente que o fogo. Live Undead Lamentavelmente mas sem surpresa, em 1987, o antigo selo da banda, Metal Blade, lançou um novo disco inédito da banda. Assim víamos a saída de um previamente mencionado disco ao vivo, "Live Undead". O material que o compunha tinha uns dois anos e, francamente, não era nada do outro mundo. Na realidade, nem estava gravado ao vivo mas sim num estúdio com uns 50 fãs gritando para dar um ambiente de grande estádio ao vivo. Foi lançado num ponto das suas carreiras quando faziam os melhores concertos. Foi, então, que os Slayer iniciaram a sua reputação de bela e terrifica banda ao vivo. Lamentavelmente, isso significava que outras bandas mais famosas, não os poderiam levar como suporte com medo de serem aniquilados ao vivo. Problemas - Parte 1 Mas as coisas complicaram-se quando a banda teve de ceder perante a insistência maluca de Dave em levar a sua mulher chata em digressão. As coisas complicaram-se meias até ao ponto de Dave sair da banda. Parece que Theresa (sua mulher) inclusivamente replicou perante as ameaças: "Dave não tocará mais com voçês, porque sou eu que o digo". Dave foi então substituido por o baterista dos Whiplash, T. J. Scaglione, quando decidiu seguir o seu caminho matrimonial. Mas a banda deu logo conta que Scaglione não tinha qualificação adequada para ocupar o posto de, seguramente, o melhor baterista de Thrash. No inicio de 1987, Scaglione saiu a banda e Dave retornou à banda a tempo de iniciar a digressão com os W.A.S.P.. South Of Heaven Em 1988, Seria gravado o seu álbum de transição, "South Of Heaven", Novamente com Rick Rubin (a quem a banda nesses tempos se referia como o seu quinto membro) nas tarefas de produção. Foi um álbum experimental de Slayer, mostrando uns ritmos mais lentos, uma maior profundidade, para além de uma nova técnica vocal de Tom, o que lhes assegurava uma maior audiência. Esta redução de velocidade não resultou numa perda de potência, mas pelo contrário, num som potente e mais trabalhado. O álbum foi um sucesso, apesar de lançar boatos de que os Slayer não tinham seguido a linha do "Reign In Blood" para se tornarem mais comerciais. Como de costume, houve controvérsia com uma música. Desta vez foi "Mandatory Suicide" que provocou ataques de diversas fracções da ala direita americana, por promover ideias negativas. Apesar disso, este permanece como uns dos temas ao vivo, preferidos pelo público. Seasons In The Abyss Em 1990 chegou "Seasons In The Abyss". Este foi o álbum que compilava todo o som explorado pelos Slayer nos últimos dois álbuns. Tinha temas rápidos como o alucinante "War Ensemble" que parecia tocado a 200 quilómetros por hora. Também havia temas mais lentos e melódicos como "Dead Skin Mask". Desta vez, a personalidade focada foi Ed Gein, o famoso assassino em série, que ficava imortalizado em vinil. Rompendo com a tradição, os Slayer viajaram até ao Egipto para filmar o vídeo "Seasons In The Abyss" que teve a sorte de aparecer de vez em quando na MTV. Foi um álbum em que todos os membros se superaram a si mesmos. Decade Of Aggression A banda superou tudo ao liderar a digressão "Clash Of The Titans" por toda a Europa ao lado dos Megadeth, Testament e Suicidal Tendencies. Apesar de no início da digressão haver três cabeças de cartaz, não há dúvida de que acabaram por ter de fechar todos os concertos. Embora os Slayer não vendessem tantos discos como os seus companheiros de digressão, vendiam muito mais T-Shirts e outras mercadorias. Os Slayer tomaram isso como um sinal que haviam ganho a competição de popularidade com todas as bandas que negavam a sua existência. Nesta digressão foi gravado o álbum ao vivo "Decade Of Aggression"(1991), lançado para comemorar os seus dez anos diabólicos. "Deacade" é um dos melhores álbuns ao vivo de todos os tempos. Nem sequer incluíram dobragens ou truques de estúdio. É puro Slayer em todo o seu potencial. É uma tempestade de facas a atravessarem-nos o corpo a 300 quilómetros por hora! Problemas - Parte 2 Em 1992, Dave saiu definitivamente da banda, sendo substituído desta vez por Paul Bostaph, ex baterista dos Forbidden. Pensou-se o pior. Poderia Paul sentar-se no lugar de Dave, um dos melhores bateristas do mundo do Thrash? Sucedería-se o mesmo que se sucedeu com Scaglione? Desta vez não! Paul chegou para ficar. Paul na verdade superou todas as expectativas. "Da primeira vez que tocámos, tive a imediata sensação de que ele já pertencia à banda" afirma Tom, "foi muito agradável. Assim pensei que se assim era bom, só podia melhorar". Quando Paul tocou em Doninghton, todos pensavam que era Dave Lombardo. Parece que desta vez não haveria retorno para Dave. Divine Intervention Em 1994 saia o álbum que pôs os Slayer na história, Divine Intervention chegou ao n.º 8 da Bilboard Pop Charts. Neste álbum, o assassino em série focado foi Jeffrey Dahmer, no clássico "213". De entre os outros temas, destaca-se também "Divine intervention" que fala de extra-terrestres, "Killing Fields" e o brutal "Dittohead" (que faz lembrar o "Necrophobic" de "Reign In Blood"). Live Intrusion Em 1995, mais uma vez para provar o poderio dos Slayer em palco, foi lançado o vídeo "Live Intrusion" (feito inédito), que não deixa qualquer dúvida sobre a brutalidade do som dos já baptizados "Reis do Thrash". Este vídeo retracta também o fanatismo dos fãs de Slayer, mostrando a filmagem do fã que cortou nos braços a palavra SLAYER com um bisturi, mostrando também um fã gritando Slayer, cheio de sangue na cara, etc. Undisputed Attitude Problemas - parte 3 Mais uma vez, os bateristas dão problemas aos Slayer. Desta vez, Paul Bostaph decide abandonar os Slayer para se dedicar ao seu projecto a solo "The Truth About Seafood". Desta vez, Os Slayer ficaram a questionar-se o porquê da saída de Paul, visto as coisas estarem a correr tão bem para a banda. Para o seu lugar, foi John Dette, ex baterista dos Testament. Mas parece que as coisas não correram assim tão bem e quando os Slayer decidiram contratar outro baterista, Paul (e ao que parece também Dave), candidataram-se ao cargo. A escolha foi óbvia. Paul retornou à sua família em Janeiro de 1998, mesmo a tempo de entrar no estúdio para gravar o, até agora, último álbum da banda: "Diabolus In Musica" Diabolus In Musica Em 1998, o tão esperado álbum de estúdio chegou. Dabolus In Musica explodiu como uma super nova. Neste álbum os Slayer reduziram a velocidade, tal como tinham feito 10 anos atrás com "South Of Heaven", mas desta vez, para tornar o som mais obscuro e pesado, desceram as guitarras para tons que não estavam habituados a tocar. Os Slayer Tocavam 1/2 tom a baixo (Ré #), mas desta vez chegaram a tocar 2 tons abaixo (Dó). O resultado foi um álbum super pesado e profundo. Uma alteração do seu som original, mas que eles souberam trabalhá-lo da melhor maneira (Como só os Slayer sabem) e daí resultando, na minha opinião, um dos melhores álbuns da sua carreira. Os Slayer Reinam indiscutivelmente o mundo do Thrash Metal. Vale sempre a pena a espera por cada álbum novo porque cada álbum é um monumento ao Thrash Metal e é um símbolo de perfeição! Slayer Rules, Forever!!! |
Kill Again O site Português dos SLAYER
luis_bruno@usa.net