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Vale de Cambra

"a Suiça Portuguesa" 

"A Terra é verde e o céu é azul; é tudo verde e azul com raras pintas brancas do casario, que mais do que moradias de homens parecem janelas da própia paisagem."

"Nas noites de luar, quando o grande balão de oiro surge na lomba das montanhas, o vale enche-se de magia, dum sortilégio que paira desde os píncaros longínquos às águas sussurrantes do Caima.
De manhã é o milagre todos os dias há um milagre de luz sobre a terra quando o sol nasce em Vale de Cambra."

(Ferreira de Castro)


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 Apresentação e Localização

A cidade de Vale de Cambra é a sede de um concelho em que se faz a transição entre a Beira Litoral e a Beira Interior embora tenha muitas características Minhotas; pertence ao distrito de Aveiro e à região de turismo da Rota da Luz.

Dista cerca de 50Kms da sede do distrito e cerca de 42Kms da cidade do Porto; faz fronteira com os concelhos de Arouca, Oliveira de Frades, Oliveira de Azeméis, São Pedro do Sul e Sever do Vouga.

O concelho é composto por nove freguesias: Arões, Cepelos, Codal, Junqueira, Macieira de Cambra, Rôge, São Pedro de Castelões, Vila Chã e Vila Cova do Perrinho.

É visível a riqueza agrícola e florestal deste concelho, numa região fascinante de verdura que um desenvolvimento industrial integrado tornou uma pujante potência industrial, com destaque para os sectores da metalomecânica, embalagens e lacticínios.

Do alto das montanhas paisagens de sonho. Ao longe, em horizontes de prata, o mar e a Ria espelham-se. Do outro lado, numa sucessão de ondulados os contrastes sempre presentes numa infinidade de verdes. O Rio Caima e uma miríade de outros cursos de água descem as montanhas dando vida aos campos.

O belo e típico das pequenas povoações (com o particular destaque da Lomba em Arões com as suas casas com telhados em xisto) trazem-nos o rústico e a simpatia acolhedora das suas gentes que, num labor de gerações, criaram os socalcos característicos que vão subindo até quase atingir o azul infinito do céu. Dos muitos miradouros podemos contemplar uma paisagem quase irreal.

Os mais recônditos e idílicos recantos, desde a Barragem Eng. Duarte Pacheco aos açudes de Arões e mais recentemente a praia fluvial de Burgães em Castelões convidam à tranquilidade, à fruição da natureza.

 

 


( vista de Vale de Cambra )


( vista em Junqueira de cima)


( Barragem Duarte Pacheco )
 

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Breve História

Vários monumentos atestam a presença de povos desde os primórdios da Humanidade (ver Arqueologia).

As terras de Cambra surgem mencionadas, no ano de 922, numa doação feita pelo Rei Ordonho II de Leão e Castela ao bispo D. Comado e ao Mosteiro de Crestuma.

Na altura da fundação da Monarquia Portuguesa, Macieira de Cambra pertencia ao bispado de Mérida, sendo mais tarde incluída no património dos bispos de Coimbra.

No sec. XIV passou a fazer parte das Terras de Santa Maria por doação a Fernão Pereira, pai do primeiro Conde da Feira.

Em 1514, D. Manuel 1, concede foral a Macieira de Cambra, sede do concelho.

Aquando da extinção da familia dos Pereiras passaram estas terras para a casa do Infantado.

Em 1926, foi extinto o concelho de Macieira de Cambra, transferindo-se a sede para o lugar da Gandra, na freguesia de Vila Chã passando o concelho e a povoação a chamar-se Vale de Cambra.

A antiga casa da câmara (conhecida como Ar Alto e actual museu municipal) e o velho pelourinho quinhentista de Macieira de Cambra recordam esses tempos.

Vale de Cambra nunca parou de crescer e em 20 de Maio de 1993, esta vila foi elevada à categoria de cidade ao mesmo tempo que Macieira de Cambra e Castelões eram elevadas a vilas, esta última passou-se a chamar São Pedro de Castelões em homenagem ao seu Santo padroeiro.



( Pelourinho e Museu Municipal
em Macieira de Cambra )


/ vista aérea de Vale de Cambra )

 

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Monumentos


O belíssimo cruzeiro de Rôge e o portal da igreja de Arões, consubstanciam a magnificência das formas do barroco.

Outras igrejas, de aspecto exterior mais modesto, encerram retábulos de interessante labor artístico.

Casas solarengas ostentam a imponência de gente fidalga.

Pontes antigas fazem-nos viajar ao passado.

Aconselhamos a visita aos seguintes monumentos:


( Cruzeiro e Igreja em Rôge )

Capela e Pelourinho de Paraduça, Igreja de Arões, Igreja Matriz de São Pedro de Castelões, Capela de São Gonçalo em Coelhosa, Capela de N.Srª das Necessidades em Cavião, Capela de N.Srª da Piedade em Macinhata, Capela de São Tiago e Largo da Feira em São Tiago, Igreja Matriz, Pelourinho do séc.XVI e Capela do Sr. do Calvário em Macieira de Cambra, Cruzeiro e Igreja Matriz de Rôge, Capela da Srª das Dores em Lordelo, Parque de N. Srª da Saúde da Serra em Gestoso, Ponte dos Coronados em Entre-Pontes, Ponte sobre o rio Caima no Pisão, Ponte do Castelo na Barragem Eng. Duarte Pacheco, Cruzeiro e Igreja em Vila Cova do Perrinho e a Capela de São Bartolomeu em Algeriz.

 

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 Arqueologia

  Monumentos megaliticos e as insculturas do Outeiro dos Riscos em Gatão-Cepelos atestam a ancestralidade da presença humana. Alguns castros, no alto dos montes, recordam-nos a presença de tribos proto-históricas.

Destacamos então as seguintes presenças arqueológicas:

Castro do Chão de Carvalho em Arões, Necrópole Megalítica em Cercal, Ponte românica em Castelões, Tesouro pré-romano em Baralhas, Outeiro dos Riscos em Gatão, Ponte de Porto Cavalos na Batalha, Mamoa do Alto do Sobreirinho em Agros, Mamoa da Chã, Mamoa do Lameiro do Ouguedelo em Fontes Casas e a Estação do Bronze do Monte Castro na freguesia de Vila Cova do Perrinho.

 

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 Artesanato

Fruto de um saber e tradições antigas passadas de geração em geração, a cultura e produção do linho, a tecelagem em lá e algodão, os ex-votos em cera, o fabrico de canastras, cestos e gigos, revelam um pouco mais da alma e da arte de um povo trabalhador.

A tradição artesanal está, então, presente em várias artes como:

Pirotecnia em Sandiães, Canastras e Cabazes em Cabril, Velas de Cera na Rabaceira, utensílios de Lta em Codal, empalhamento de Garrafas e Garrafões em Irijó, Mantas e Passadeira em Algodão e em Lã em Paredes, Cultura e Tecelagem do Linho em Arões, Tanoaria e Marcenaria em Mártir, Meias de lã em Merlães, Meias de Algodão com 4 agulhas em Ramilos, utensílios Agrícolas de Ferro em Cimo d'Aldeia na Freguesia de São Pedro de Castelões.  

 

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 Gastronomia

  Conhecer Vale de Cambra é também deliciar-se com a sua gastronomia. A vitela assada à serrana, a requerer o acompanhamento de um vinho verde sublime, o cozido à portuguesa, a broa de milho, os enchidos, o presunto e o queijo reflectem toda esta envolvência serrana. Um leite creme divinal coroa a refeição.

 

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 Festas e Romarias 

Das muitas festas e romarias existentes no concelho, onde o sagrado e o profano andam de mãos dadas, merecem destaque as festas de Sto António, padroeiro do concelho, realizadas em Vale de Cambra a 13 de Junho, feriado municipal, e as festas Setembrinas, em Macieira de Cambra. Das tradicionais romarias vai o destaque para a de N.S. do Desterro em Função, Rôge, no Domingo e Segunda-feira de Pentecostes e a de N.S. da Saúde, em Gestoso, que atrai, nos dias 13, 14 e 15 de Agosto, milhares de visitantes a um dos mais importantes santuários Marianos da Região.


( estátua de Stº António )

Foram esses romeiros que fizeram com que Vale de Cambra possuísse tradições etnográficas com usos e costumes muito próprios. Nos trajes, na música e na dança ligam-se os aspectos serranos típicos da bacia do Vouga ás influências vareiras trazidas pelos romeiros do litoral.

 

( Grupo Etnográfico Terras de Cambra )

 

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