|
|
Os fósseis sugerem que os primeiros mamíferos eram noturnos. Seus crânios indicavam grandes globos oculares como animais noturnos modernos. Seus hipocampos evoluíram para auxiliá-los na sobrevivência, dando ao cérebro um mapa de suas viagens. Assim, o animal poderia reconhecer um local anteriormente visitado e também o que havia encontrado lá. O hipocampo realiza essa tarefa através de processos que detectam continuidades espaciais e juntam-nas a experiências armazenadas em outros locais do cérebro. Para realizar a primeira tarefa, neurônios e conexões são tramados para formar o que os cientistas chamam "redes auto-associativas". Na segunda etapa, o hipocampo e o circuito dessas redes associativas formam fortes conexões de duplo sentido com o resto do cérebro. A amígdala, o hipocampo e o córtex associativo límbico formam a maior parte do cérebro dos mamíferos primitivos – o sistema límbico (algumas pessoas anexariam o córtex pré-frontal orbital). [SKO 97] O cérebro não localiza posições através de longitudes e latitudes, utiliza as " redes auto-associativas ". São redes neurais especialistas em conter informação contextual. Isto lhes dá a capacidade de capturar as muitas relações e configurações de objetos que identificam uma localização ou cenário. Assim, o hipocampo pode mapear onde as coisas estão em termos de contexto. O cérebro mapeia o mundo desta maneira, através de redes auto-associativas. Mesmo se o cérebro possuísse a habilidade de localizar coisas em uma tabela (como computadores) não teria tempo. Porém, definindo lugares contextualmente ele ganha a habilidade de detectar lugares a partir de fragmentos de informação. Isto é muito importante, pois se alguma destas "marcas" muda ou desaparece, os lugares podem ser reconhecidos através de outras marcas. Depois o mapa pode ser novamente aprendido, substituindo as pistas inexistentes, atualizando assim o contexto utilizado para localizar aquele local em específico. Assim, se uma paisagem é repentinamente coberta por neve, o cérebro pode utilizar para sua orientação, marcas que não estão escondidas. Pela primavera pode aprender a substituir os marcos desaparecidos no inverno. Essa habilidade exemplificada em animais pode ser usada pelo cérebro humano para propósitos novos. [SKO 97] Redes auto-associativas têm outra propriedade que merece ser citada: elas permitem que o hipocampo armazene contextualmente não somente o que o animal cheira, mas o que ouve, vê e faz. De acordo com Eichembaum e Cohen [apud SKO 97], neurônios do hipocampo representam várias relações entre estímulos múltiplos e contingências ou respostas, incluindo propriedades configuracionais de itens, simultaneamente presentes no ambiente. [SKO 97] O hipocampo parece ter surgido como ferramenta para traçar e construir cenários do mundo físico, mas as habilidades para fazer isto tornaram-no apto também para outras tarefas. Essas capacidades herdadas do sistema límbico ancestral, transferida ao contexto das capacidades cognitivas nobres do cérebro humano, como a simulação mental e a previsão, dão ao homem imenso poder de localização de memórias reais ou virtuais. [SKO 97] |
![]() ![]() ![]() |